A junta militar da Tailândia convocou esta segunda-feira mais 30 pessoas, incluindo empresários e intelectuais críticos, para comparecerem perante a nova autoridade do país, garantindo já ter, segundo a BBC, a confirmação formal do poder por parte do rei Bhumibol Adulyadej.

O chefe do exército e autoproclamado primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, será hoje nomeado oficialmente como líder do Conselho Nacional para a Paz e Ordem, nome oficial da junta, devendo traçar, de seguida, as linhas orientadoras do seu regime.

A proclamação de uma nova Constituição provisória e a criação de um conselho que assuma a ação legislativa, nas mãos da junta desde a dissolução do Senado, no sábado, devem figurar entre as medidas a anunciar.

Os generais anunciaram a sua intenção de impulsionar um processo de reformas políticas e económicas, embora não tenham definido, até ao momento, um prazo para ‘devolver’ o poder a um governo civil.

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Entretanto, a junta militar advertiu que pretende reforçar a perseguição aos autores de comentários que considere críticos à realeza ou passíveis de colocarem em perigo a segurança nacional instigando a insurreição ou a secessão, delitos que serão julgados por um tribunal militar.

Trinta outras pessoas, incluindo proeminentes empresários, o antigo reitor da Universidade de Thammasat e o decano da Faculdade de Direito do Instituto Nacional para o Desenvolvimento da Administração, foram chamadas a comparecer hoje perante as novas autoridades.

Assim, o número de ‘convocados’ desde sexta-feira aumentou para mais de 200, entre os quais figuram políticos, aliados e/ou colaboradores do Governo deposto, intelectuais, ativistas e jornalistas, dos quais muitos acabaram por ficar detidos.

O exército garantiu prestar um tratamento adequados aos detidos, indicando que vários foram colocados em liberdade, como a ex-primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra, que deixou, esta noite, a base militar onde se encontrava retida.

A junta também advertiu que não tolerará mais manifestações como as que se verificaram nos últimos dias que juntaram várias centenas de pessoas em Banguecoque, as quais desafiaram a proibição das autoridades para exigir o restabelecimento da democracia na Tailândia.

Segundo o chefe do exército e autoproclamado primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha, o golpe de Estado, levado a cabo na passada quinta-feira, visa evitar uma escalada de violência entre os manifestantes pró e antigovernamentais que estavam concentrados em diversos pontos da cidade.

O golpe de Estado foi condenado por grande parte da comunidade internacional, incluindo pelos Estados Unidos, que cancelaram um exercício militar bilateral, as visitas de responsáveis que estavam previstas e a ajuda em matéria de defesa à Tailândia.