A Câmara Municipal de Almada gastou 63 792 euros em relógios para oferecer aos 98 funcionários que completam, este ano, 25 anos ao serviço da autarquia. Uma prática que remonta há 20 anos e que serve, segundo a autarquia, de incentivo aos funcionários públicos, sejam eles técnicos de limpeza ou oficiais superiores.

contrato por ajuste direto foi assinado na última segunda-feira entre o presidente da autarquia, Joaquim Judas, e a “Ourivesaria Coimbra Lda.” para aquisição de 98 relógios no valor de 63 792 euros –  o que significa que cada relógio custará 651 euros.

Segundo o próprio presidente da autarquia ao Observador, “cada relógio é gravado com o nome do trabalhador que o recebe”. A oferta será feita no dia da cidade, a 24 de Junho, numa cerimónia para todos os funcionários da autarquia (cerca de mil), diversas forças políticas e representantes das Comissões Sindicais e de Trabalhadores.

O autarca sublinha que a iniciativa “é um reconhecimento da dedicação dos funcionários do município”. E que a “despesa não afeta o investimento da autarquia, nomeadamente nas áreas de intervenção social” que têm obrigado a autarquia a investir mais “em virtude das necessidades sentidas pelas populações, derivadas das políticas nacionais que têm levado a um empobrecimento dos portugueses”.

O gasto da autarquia já foi alvo de alguns partidos da oposição, e Joaquim Judas não guarda resposta: “Não se estranha que o CDS-PP (concelhia de Almada) venha a público condenar esta iniciativa, tendo em conta a política que o Governo, que este partido integra, tem vindo a seguir em relação aos funcionários públicos e pensionistas, com a imposição de sacrifícios e o não reconhecimento de uma vida de trabalho”.

A ourivesaria responsável pelos relógios também já tinha sido contratada em 2011. Foram 31 915,64 euros em relógios em ouro.

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