O português Jorge Serpa, que completou uma viagem à volta do mundo, duas travessias ao Atlântico e diversas viagens longas de carro e mota, inicia em agosto uma viagem de travessia da América desde o Alasca à Patagónia. “Os meus planos são para começar a viagem em Washington rumo ao Alasca e terminar na Terra do Fogo. A viagem é uma das rotas míticas para o pessoal das viagens de mota. O meu projeto altera-se ligeiramente da rota mais tradicional para acomodar a descida do Amazonas de barco, desde a selva peruana até ao Atlântico, outra ideia que também estava na minha cabeça há uns bons anos”, disse Jorge Serpa à agência Lusa.

O português, de 53 anos, acrescentou que a viagem de 31 mil milhas (50 mil quilómetros) custará cerca de 40 mil dólares (perto de 29 mil euros). Jorge Serpa sairá de Washington no início de agosto, viajando até ao Alasca e depois descendo até ao Equador, onde chegará em novembro e fará uma pausa para passar o natal com a família. Retomará a viagem em janeiro no Equador, de onde partirá para o Peru, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e regressará a Washington.

Jorge está agora à procura de patrocínios, como de uma cadeia de hotéis, uma marca de pneus ou uma gasolineira. Caso não os consiga, a viagem ficará reduzida a um percurso entre Washington, em direção ao Alasca, descendo para o Panamá pela costa do Pacífico e regressando a Washington pelos estados do sul.

O português, residente no estado de Maryland, fará a viagem numa BMW GS 1200 Adventure, que “é considerada a avozinha das motos de longa distância, com um motor 1200 cm3 e um manuseamento perfeito, oferecendo todas as condições para conduzir em todos os tipos de estrada, sejam elas de terra batida ou alcatroadas”.

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Jorge já atravessou o Atlântico do Brasil para os EUA num veleiro, e de Portugal para os EUA, participou numa regata de veleiro do Mediterrâneo, conduziu cerca de 30 mil quilómetros no Chade, Níger, Nigéria e Camarões, completou uma viagem à volta do mundo por “meios de transporte alternativos”, viajou de moto entre Paris e Lisboa, seguindo depois para a Guiné-Bissau e viajou extensivamente por carro e mota pela Europa.

O português referiu que não tem uma maneira preferida de viajar porque “todas são muito especiais”. “Curiosamente, todas partilham de alguns aspetos determinantes para mim, nomeadamente a proximidade com a gente, o impacto da meteorologia, a necessidade de estar ligado, muito atentamente, a tudo o que nos rodeia, a necessidade de um bom planeamento antes da largada, o espírito de aventura e outras coisas”, explicou.

Jorge Serpa nasceu em Lisboa e estudou na universidade de Rhode Island e Georgetown, nos Estados Unidos. Trabalhou vários anos para empresas de energia, abrindo os escritórios da norte-americana PSEG no Brasil, onde foi responsável pela aquisição da Rio Grande Energia. No ano 2000, decidiu ficar em casa a tomar conta dos dois filhos e apoiar a carreira da mulher.

Jorge Serpa, que é autor do livro “Slow Roads!”, em que apresenta treze roteiros para os melhores locais campestres e vilas históricas de Portugal, tem o hábito de escrever sobre as suas viagens e vai documentar esta nova aventura para o jornal Luso-americano, de Nova Jérsia.