A África do Sul vai retirar centenas de rinocerontes do célebre parque Kruger, na fronteira com Moçambique, com o objetivo de parar a caça furtiva que tem dizimado a espécie, anunciou a ministra do Ambiente sul-africana.

“Tomámos uma decisão sobre o assunto da deslocação”, declarou Edna Molewa em conferência de imprensa, confirmando a decisão de capturar e enviar centenas de animais para outras reservas do país ou para o estrangeiro.

Nos últimos anos a África do Sul tem destacado forças militares para o parque para tentar dissuadir os caçadores furtivos, que vêm essencialmente de Moçambique.

A Fundação Internacional do Rinoceronte divulgou em julho que desde 2010 perto de 1.862 rinocerontes foram abatidos no parque Kruger por cidadãos moçambicanos.

“Iremos deslocar perto de 500 animais”, precisou Sam Ferreira, um cientista que trabalha nos parques nacionais sul-africanos, presente na conferência com a ministra.

No último recenseamento, realizado em 2013, a população de rinocerontes no parque Kruger, que tem perto de 400 quilómetros fronteiriços com Moçambique, foi estimada em entre 8.400 e 9.600 animais.

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Nos primeiros seis meses deste ano, 558 rinocerontes foram mortos na África do Sul, 370 deles no parque Kruger.

A caça furtiva cresceu exponencialmente no fim da década 2000-10, devido ao aumento da procura de chifre de rinoceronte, especialmente nos mercados do Vietname e da China.

A medicina tradicional chinesa atribui propriedades estimulantes e revitalizantes, nenhuma delas comprovada cientificamente, ao chifre de rinoceronte, que é vendido a preços elevados no mercado negro.