São acusações “bacocas, anónimas e cobardes”. Foi desta forma que Teresa Leal Coelho fez a defesa de Pedro Passos Coelho das suspeitas que têm vindo a público sobre o seu comportamento no “caso” Tecnoforma. Durante um debate transmitido nesta quarta-feira na TVI, em que também participou José Junqueiro, do PS, a deputada e vice-presidente do PSD disse que se está perante “uma insinuação” e que o primeiro-ministro “não pode responder a todas as insinuações feitas, sobretudo como esta”.

Na semana passada, a revista Sábado noticiou que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recebeu uma denúncia sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Pedro Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade entre 1995 e 1999, e que ascenderiam a 150 mil euros.

O jornal Público escreveu, na terça-feira, que, “em 1999, o atual primeiro-ministro requereu – e foi-lhe concedido – um subsídio de reintegração de cerca de 60 mil euros, destinado a deputados em dedicação exclusiva”. Neste dia, o primeiro-ministro anunciou que iria pedir à Procuradoria-Geral da República que esclareça se cometeu ou não algum ilícito relativo às suas obrigações legais e fiscais enquanto foi deputado, e prometeu tirar “todas as consequências”.

Teresa Leal Coelho afirmou que os valores recebidos pelo líder do PSD “enquanto esteve em regime de exclusividade foram rendimentos compatíveis com o cargo de deputado”e acrescentou que “as pessoas não podem viver sob suspeita”. Para a dirigente social-democrata, as acusações estão a ser “lançadas de forma cobarde, apenas porque há interesses políticos”, o que, afirmou, merece o seu “repúdio”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A deputada disse que Passos Coelho “é um homem sério, íntegro”e declarou: “não se pense que um primeiro-ministro deva responder a um anónimo que insinuou, que mandou uma carta à Procuradoria-Geral da República” porque “a defesa não pode cair na rua”. Teresa Leal Coelho afirmou, ainda: “No PSD e no Governo estamos muito tranquilos”.

Dirigindo-se ao deputado socialista José Junqueiro, que levantou o “caso” na Assembleia da República, a parlamentar do PSD afirmou: “Não nos deixa tranquilos que insinuações fiquem na ordem do dia para trazer proveitos políticos. Queremos um país com respeito pela dignidade de cada um”.

Nesta quarta-feira, no Parlamento, Junqueiro disse que “o primeiro-ministro, pelos motivos conhecidos, introduziu na opinião pública a ideia de que se poderia ir embora. Nada pior para um Governo do que uma instabilidade ao mais alto nível. Nada pior para o país do que um Governo perdido na confusão dos seus dias”. E insistiu que aquilo que fez foi “constatar uma realidade pública e desejar que o primeiro-ministro, o mais rapidamente possível – porque também tem direito ao bom nome e até por isso –, venha esclarecer essas dúvidas”. O deputado do PS afirmou, ainda: “Isto não é insinuação, nem acusação, é exigência da República”.