Neymar continua sentado à mesa com a glória eterna, uma senhora que transforma simples rapazes que gostam de dar uns pontapés na bola em autênticos monstros imortais. Neymar é o Pelé dos nossos tempos, não há volta a dar. O jogo do craque do Barcelona tem tudo: técnica, velocidade, beleza, charme, sedução e golo. Tem tudo. Esta terça-feira o avançado voltou a fazer das suas: marcou todos os golos da canarinha contra o Japão, num estádio em Singapura. Acabou 4-0.

https://www.youtube.com/watch?v=hsWQyJc12EU

A história do futebol brasileiro está repleta de super-heróis, de guerreiros com pés mágicos, de anjos caídos do céu, um deles com pernas tortas, de homens que mereciam pernoitar no Olimpo, a morada dos deuses. Mas marcar quatro golos num jogo com a camisola da seleção brasileiro só havia acontecido em oito ocasiões, numa epopeia que começou em 1946, quando Zizinho desfez o Chile (6-1). Neymar é o oitavo a consegui-lo, visto que Zico ia à bola com pokers e ofereceu esse ‘show de bola’ em dose dupla. Mas nenhum deles conseguiu marcar todos os golos da partida. Até hoje. A última vez que um brasileiro marcou quatro vezes num jogo aconteceu em 2000, graças ao senador do Rio de Janeiro mais votado de sempre. Quem? Romário, pois claro. A vítima foi a Venezuela, numa tareia das antigas: 6-0.

Os senhores que o fizeram antes de Neymar foram Zizinho (1946), Ademir (1950), Julinho (1953), Evaristo (1957), Zico (1977, 1981), Careca (1989) e, como já vimos, Romário, há 14 anos. Mas há mais: aos 22 anos, o brasileiro marcou o 40.º golo em 53 internacionalizações e ultrapassou nomes como Tostão (36), Leônidas da Silva (37) e igualou Rivellino. “Não sei qual é o meu limite. Só quero ajudar companheiros e seleção”, disse após o duelo com os japoneses. Nós dizemos, Neymar: o céu é o limite. Só há seis jogadores com mais golos do que o atual número 10 brasileiro: Jairzinho (44), Zico (48), Bebeto (52), Romário (55), Ronaldo ‘Fenómeno’ (62) e Pelé (95). Ainda assim, haverá quem torça o nariz. É que 30 dos 40 golos marcados pelo brasileiro, nascido em 1992 em Mogi das Cruzes, aconteceram em particulares.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas há um país rival que quer disputar as primeiras páginas dos jornais desportivos pelo mundo fora. A Argentina atropelou esta terça-feira Hong Kong, um país que tem vivido momentos de tensão nas ruas — os estudantes e manifestantes exigem o direito a escolher o líder do país sem interferências de Pequim, algo que estava previsto para 2017. “Revolução dos chapéus-de-chuva”, foi assim que ficou conhecido o movimento pró-democracia. Talvez Hung Fai Yapp, o guarda-redes dos asiáticos, não achasse má ideia pendurar alguns chapéus-de-chuva na baliza. É que Messi e companhia marcaram sete golos. Nota de destaque para Gaitán, o médio do Benfica, que marcou dois golos.

O festival começou com Banega, aos 19′. Depois foi uma barrigada de golos e tendinites nos joelhos para aqueles que gostam de festejar como deve ser: Higuaín, Gaitán, Higuaín, Messi, Gaitán e Messi. O canhoto do Barcelona entrou a meia hora do fim mas foi a tempo de marcar dois e fazer uma assistência para Gaitán. O argentino do Barcelona marcou o 23.º golo em 35 particulares, nos quais fez também 11 assistências. Se analisarmos 2014 (seleção e clube), Leo Messi assinou 41 golos e 19 assistências em 51 partidas.

https://www.youtube.com/watch?v=0k5RTHgUX2k