O anúncio da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Portugal Telecom (PT) SGPS feito neste domingo pela empresária angolana Isabel dos Santos encerra uma semana de várias demonstrações de interesse na aquisição na empresa de telecomunicações portuguesa. A semana começou com a oferta da Altice, que propôs 7.025 milhões pela compra dos ativos da PT, mas excluindo a dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES).

A própria Isabel dos Santos, através da ZOPT (que é detida em partes iguais pela Sonaecom e por Isabel dos Santos), manifestou a disponibilidade para “integrar uma solução” para a PT que promova “a defesa do interesse nacional”, tendo acabado por anunciar hoje com uma OPA sobre a empresa, através da Terra Peregrin – Participações SGPS.

A PT Portugal, que detém a MEO, Sapo, entre outros serviços, é atualmente detida pela Oi, no âmbito do processo de combinação de negócios das duas empresas. Já a PT SGPS, empresa que está cotada no principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, detém 25% da Oi e a dívida da Rioforte.

Conheça a sequência dos acontecimentos.

3 de novembro

  • A multinacional do setor das telecomunicações Altice, que detém a portuguesa Cabovisão, oferece 7.025 milhões de euros para a compra dos ativos da PT, excluindo a dívida de quase 900 milhões de euros da Rioforte e veículos financeiros da PT.
  • O Sindicato dos Trabalhadores da PT apela à intervenção do Governo para evitar a compra da PT Portugal pelo grupo francês Altice.
  • Personalidades como António Bagão Félix, Francisco Louçã, Diogo Freitas do Amaral e Manuel Carvalho da Silva subscreveram um “apelo para resgatar a PT”, no qual exigem “das autoridades políticas e públicas uma atuação intensamente ativa” na empresa.

4 de novembro

  • As ações da PT SGPS encerram o dia a perder 12,05% para 1,197 euros, depois de uma série de sessões em alta, o que leva a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a proibir as vendas a descoberto das ações representativas do capital social da empresa para o dia seguinte, quarta-feira.

5 de novembro

  • A empresária angolana Isabel dos Santos e a Sonae, liderada por Belmiro de Azevedo, mostram-se disponíveis, através da ZOPT SGPS, para “integrar uma solução” para a PT Portugal que “promova a defesa do interesse nacional”.
  • A agência de informação financeira Bloomberg noticia, citando fonte ligadas ao processo, que o fundo Apax Partners pretende lançar uma oferta de cerca de 7.000 milhões de euros sobre os ativos da PT Portugal, em parceria com a CVC Capital Partners e a Bain Capital Partners.

 6 de novembro

  • As estruturas representativas dos trabalhadores da PT SGPS exigem a suspensão da fusão entre a PT e a brasileira Oi.
  • O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirma que a PT é uma empresa brasileira devido à “maravilhosa ingerência do anterior Governo”, que levou a uma desvalorização de dez mil milhões de euros da empresa desde 2006.

7 de novembro

  • O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, acusa os socialistas de terem participado numa “relação muito pouco transparente” entre Governo, PT e Banco Espírito Santo (BES), à qual associou os que agora estão na “primeira linha do PS”.

8 de novembro

  • O PS afirma que o primeiro-ministro “está enganado” quando acusa os socialistas de terem participado numa “relação muito pouco transparente” com a PT e o BES, acusando Passos Coelho de ter uma “incapacidade de ação total”.

9 de novembro

  • A Terra Peregrin Participações SGPS, detida pela empresária angolana Isabel dos Santos, anuncia o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a PT SGPS, oferecendo 1,35 euros por ação.

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