Isabel Almeida, ex-diretora financeira do BES, e António Soares, ex-administrador do BES Vida, são os dois novos arguidos do caso BES, avançam as edições deste sábado do Expresso e do Público. Ambos exercem atualmente funções no Novo Banco e foram constituídos arguidos na sequência das 34 buscas efetuadas pelo Ministério Público na quinta-feira e que terminaram com a apreensão de cinco milhões de registos informáticos.

A atual diretora do Novo Banco chegou a ser indicada para a comissão executiva do BES numa lista que propunha como presidente executivo Amílcar Morais Pires. Contactada pelo Expresso, Isabel Almeida não quis comentar a informação e António Soares não chegou a responder à publicação. Contudo, o Novo Banco já adiantou que os dois arguidos vão ser afastados de funções.

O Público também avança que o Banco de Portugal confrontou diretamente os responsáveis das sociedades financeiras Eurofin para apurar qual tinha sido o seu papel enquanto prestadoras de serviços do Grupo Espírito Santo. Em causa, estavam as operações de compra e recompra de títulos de dívida das holdings da família, avançou responsável do BdP à publicação. Os contactos só aconteceram depois de Carlos Costa ter anunciado a medida de resolução que dividiu o BES em duas instituições, a 3 de agosto.

A 27 de novembro, o Ministério Público e a Polícia Judiciária fizeram buscas em 34 casas de antigos administradores do BES. As autoridades suspeitam de crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal. Em causa, estão cerca de 1500 milhões de euros de ocultação de dívida por parte do BES, com recurso à Eurofin. Outros 300 milhões de euros não documentados estão a ser investigados pela Unidade Anticorrupção da Polícia Judiciária.

O Público adianta que há outros altos quadros do grupo notificados. Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, é o principal suspeito do caso bES, tendo também sido detido, em julho, no âmbito do processo Monte Branco. Encontra-se em liberdade depois de ter pago uma caução de três milhões de euros. É suspeito dos crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.

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