Um membro do movimento armado revolucionário grego detido no sábado perto de Atenas, um ano após ter fugido da prisão, preparava para breve um atentado contra a prisão da capital grega, anunciou hoje a polícia e o ministro da Ordem Pública.

“A polícia grega impediu um atentado de grande envergadura contra o coração do sistema prisional grego, ou seja, a prisão de Korydallos”, o maior estabelecimento prisional da Grécia, nos arredores de Atenas, afirmou o ministro da Ordem Pública, Vassilis Kikilias, em conferência de imprensa.

As autoridades afirmam que Christodoulos Xiros, de 56 anos, um ex-membro da organização armada revolucionária grega 17 Novembro, se preparava para atacar a prisão, provavelmente com uma viatura armadilhada.

Segundo o chefe da polícia grega, Dimitrios Tsaknakis, “notas manuscritas descrevendo um plano de aproximação e fuga, bem como itinerários alternativos foram encontrados” na casa há vários meses ocupada por este condenado a prisão perpétua que aproveitou uma saída precária autorizada em janeiro de 2014 para fugir.

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Os investigadores descobriram igualmente um grande arsenal dentro da casa situada na periferia sul de Atenas: oito kalachnikovs, granadas, vários quilos de substâncias explosivas e todos os elementos necessários para fazer um engenho explosivo, segundo a polícia.

Christodoulos Xiros foi presente ao ministério público para se iniciarem procedimentos judiciais este domingo.

O fugitivo foi detido sem oferecer resistência perto do seu esconderijo, no sábado, a meio do dia, quando se deslocava de bicicleta.

Xiros fora condenado a várias penas de prisão perpétua por ter sido o “homem de mão” da organização 17 Novembro, dissolvida em 2002 e que reivindicou 23 assassínios entre 1975 e 2000, entre os quais o do chefe da delegação da CIA (agência de serviços secretos externos norte-americana) em Atenas, Richard Welch.

As autoridades gregas estavam ainda mais mobilizadas para encontrar Xiros porque ele parecia estar novamente ativo: o seu ADN tinha sido encontrado num engenho explosivo recebido em maio numa esquadra da polícia em Itea (centro do país) e ele tinha reaparecido 15 dias após a sua fuga num vídeo divulgado na internet.

“[Vou] fazer novamente soar a minha arma de rebelde contra todos aqueles que roubaram as nossas vidas e venderam os nossos sonhos”, avisou.