O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de conspirarem para derrubar o Governo venezuelano, sustentando que chegará um momento em que será impossível ter relações diplomáticas com Washington.

“Presidente (Barack) Obama, toda a sua Administração estão a conspirar para derrubar o Governo legítimo da Venezuela. Você sabe disso? Apelo à sua consciência (…) Dou-lhe o benefício da dúvida, a você, Presidente Obama, porque todo o seu Governo está metido na conspiração, toda a sua Embaixada, aqui em Caracas, estando a ultrapassar o limite”, disse Maduro, dirigindo-se ao seu homólogo norte-americano.

Nicolás Maduro, que falava no palácio presidencial de Miraflores, durante uma ato transmitido pela televisão, em que fez um balanço da sua participação, esta semana, na Cimeira Presidencial da Comunidade de Países Latino-americanos e Caribenhos, afirmou que “todas as agências governamentais” dos Estados Unidos, citando entre outras o FBI e a CIA, estão “metidas” no suposto plano para derrubar o Governo que preside.

O chefe de Estado venezuelano apontou ainda o dedo a Washington por ter um duplo discurso, uma vez que afirma querer melhorar as relações com a Venezuela: “Há mensagens contraditórias: uma coisa é o que diz a oficial e outra o que fazem todos os dias”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O que os seus funcionários fazem – procurar militares que traiam, quadros políticos e líderes de opinião pública de programas prestigiosos da televisão para os comprar – contraria a mensagem que envia e a minha de querer ter boas relações”, afirmou Maduro, realçando: “Chegará o momento em que será impossível ter relações diplomáticas com o seu Governo”.

“O que fez o vice-presidente, Joe Biden, às 10:33 de 26 de janeiro, em Washington, não tem nome. Reuniu-se com os Governos das Caraíbas e disse a todos que o Governo da Venezuela ia ser derrubado, que iria cair, que a Petrocaraíbas iria desaparecer e que era o momento de deixar a Venezuela sozinha”, frisou.

Neste sentido, Nicolás Maduro questionou se é isto o que a Administração norte-americana diz ser “uma nova época de relações com a América Latina”, ou seja, “ir conspirar, inclusive com Governos irmãos das Caraíbas”.

Mas, “as Caraíbas levantaram-se em solidariedade e defesa para com a Venezuela. Muito obrigado a todos os Governos das Caraíbas”, concluiu.