O novo Museu de Lisboa abriu as portas este sábado. Não no sentido físico, uma vez que não se trata de um novo edifício. Mas o Museu da Cidade já se transformou oficialmente no Museu de Lisboa, cuja sede é no Palácio Pimenta. O objetivo é dar a conhecer a história da capital portuguesa de formas diferentes e mais atrativas para o público, em cinco núcleos diferentes.
“Vamos mudar a forma como a história de Lisboa é contada, mas com a mesma coleção. E certamente que vamos inovar”, explicou ao Observador Catarina Vaz Pinto, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML). Um pouco por todo o mundo os museus têm sido alvo de renovações, não só estruturais, mas também na forma como a informação cultural é transmitida ao público. A junção dos cinco núcleos – Palácio Pimenta, onde ficava o Museu da Cidade, Teatro Romano, Casa dos Bicos, Museu de Santo António e Torreão Poente do Terreiro do Paço – numa única marca inclui-se na renovação dos museus municipais defendida pela vereadora.
“Os museus estavam desatualizados, precisam e precisavam de renovação quer ao nível do edificado, quer ao nível do programa expositivo. Por exemplo, o programa expositivo que está agora no Palácio Pimenta já tem mais de 30 anos, e em 30 anos o mundo mudou muito, os museus evoluíram”, explicou Catarina Vaz Pinto. Criado o conceito “Museu de Lisboa”, a ideia é agora dar ao antigo Museu da Cidade uma nova vida, “contextualizá-lo na nossa realidade do presente”. A multimédia vai ter mais peso na forma de contar a história e criar uma relação mais próxima com os públicos. “Com estes cinco núcleos queremos criar um espaço de diálogo com a cidade e com os seus vários agentes, projetando o futuro da cidade”, disse.
O projeto começou a ser pensado há alguns anos e contou com vários contributos, entre os quais o de António Mega Ferreira. Em 2014 as mudanças começaram a acontecer. Um dos núcleos, o Museu de Santo António, reabriu após obras de ampliação e uma mudança de nome (era o Museu Antoniano), já a pensar na integração do Museu de Lisboa. O programa expositivo também cresceu, disse a vereadora.
A Casa dos Bicos inaugurou, em 2014, um núcleo museológico com espólio que percorre a história da cidade desde a ocupação romana até ao século XVIII. Em setembro foi criado o percurso “Muralhas de Lisboa: Cerca Velha“, onde é possível conhecer, através de 16 totens informativos, uma das zonas mais antigas de Lisboa através do sistema defensivo medieval que perdurou até à construção da muralha.
Uma das grandes novidades foi a abertura do Torreão Poente, onde já foram feitas duas exposições. Catarina Vaz Pinto explicou que este será um local “de exposições temporárias de media duração, vocacionadas para o tema de Lisboa”, destinadas a turistas e a lisboetas.
O Teatro Romano é o único que ainda está em obras. “Está a ser reabilitado o edifício e o programa expositivo”, explicou a vereadora. O final das obras está previsto para o mês de junho. O desejo inicial passava por abrir mais vezes (ou permanentemente) as Galerias Romanas da Rua da Prata, mas o projeto “ainda está em estudo”, adiantou.
Quanto aos bilhetes, “está a ser pensado um pacote integrado para os vários núcleos”, explicou a vereadora. Mas ainda não está nada decidido. Por agora, o Museu de Lisboa começa a traçar o caminho para o qual foi pensado: ser um projeto com que os lisboetas se identificam, quer nas exposições de longa duração, quer nas temporárias. E com isso chamar mais lisboetas e turistas portugueses e estrangeiros.