Confrontos entre adeptos de dois clubes do Cairo, um dos quais treinado por Jesualdo Ferreira, causaram 22 mortos no domingo – levando já à suspensão do campeonato naquele país. Os distúrbios terão começado quando um elevado número de adeptos ultras tentou entrar no estádio sem bilhete. Segundo a Reuters, a polícia usou gás lacrimogéneo e foi aí que 22 pessoas, segundo informação da polícia, acabaram por morrer sufocadas ou pisadas pela multidão. A liga de futebol no Egito foi suspensa até nova ordem.

“Um grande número de adeptos do Zamalek [a equipa orientada pelo treinador português, que defrontava o Enppi] apareceram no estádio Air Defense para ver o jogo e tentaram entrar à força, o que levou os militares a impedirem a continuação do assalto”, afirmou o ministro do Interior, citado pela agência Reuters. A polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar e terá sido aí que algumas pessoas ficaram debaixo da multidão.

Desde fevereiro de 2012, altura em que confrontos num jogo de futebol causaram 72 mortos, que o Ministério do Interior egípcio tem limitado o número de bilhetes. Neste jogo, apenas dez mil adeptos podiam entrar no estádio, tendo os bilhetes esgotado rapidamente assim que foram colocados à venda. Os adeptos ligados a um grupo chamado Ultra White Knights tentaram forçar a entrada e foi nesse momento que os militares atuaram.

De acordo com a polícia e testemunhas citadas pela Reuters, os adeptos responderam com very lights e incendiaram viaturas que estavam estacionadas nas imediações do estádio. Além dos 22 mortos, houve mais dezenas de feridos que, vestindo camisolas do Zamalek, deram entrada no hospital. A Reuters, que esteve no hospital, conta que uma mãe gritou e chorou quando viu o nome do filho na lista dos mortos, afixada pelo hospital. “Eu disse-lhe, mantém-te longe dos jogos de futebol”, gritou.

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