Há quem não tenha feitio para passar as férias em filas, a ver monumentos que já toda a gente viu, sem espaço para estender a toalha na areia ou a esbarrar em todas as esquinas com outros falantes da língua portuguesa. É a essas pessoas que interessa conhecer os oito países do mundo menos visitados por turistas: aqueles que requerem verdadeiro espírito pioneiro, criatividade nas deslocações e capacidade para lidar com decorações típicas que são na verdade falos gigantes. As contas foram feitas pelo site internacional de pesquisa de viagens Skyscanner e, com estas dicas, pode começar a preparar o roteiro para um destino inesperado.

Liechtenstein

Johannes Simon/Getty Images

Ainda que em muitos pontos do mundo pouco se tenha ouvido falar do nome deste principado que fica entalado entre a Suíça, a Alemanha e a Áustria, em Portugal houve pelo menos uma ocasião em que se tornou famoso – o empate a dois golos com a seleção nacional no apuramento para o Mundial 2006. Mas o trauma já passou e esta é a oportunidade de ir conhecer os Alpes sem entrar em estâncias lotadas. A partir da capital Vaduz dá para apanhar autocarros para o país todo, incluindo para as montanhas. E é o único país do mundo que tem o nome da família que o governa.

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Butão

Ed Jones/AFP/Getty Images)

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Se não sabe qual é o caminho para a felicidade, pode muito bem ter encontrado a solução entre a China e a Índia: no Butão mede-se o índice de felicidade interna bruta dos cidadãos. E não é a brincar. Ou não fosse este um pequeno país cheio de templos budistas, onde a marijuana cresce livremente e é usada para alimentar os animais, os sinais de trânsito têm frases como “a vida é uma viagem, completa-a” e os habitantes decoram as fachadas das casas com pénis gigantes que acreditam atrair a prosperidade. Só é pena que haja taxas muito altas de permanência diária para os turistas e que só dê para voar para lá a partir da Tailândia, Nepal ou Índia.

Moldávia

VADIM DENISOV/AFP/Getty Images)

Vadim Denisov/AFP/Getty Images

É considerado o país mais pobre da Europa e pouca gente sequer se lembra que sobrevive (sem qualquer contacto com o mar) entre a Roménia e a Ucrânia. A única vantagem deste isolamento pode precisamente ser a dedicação que entregam à produção – e consumo – de vinho. Com 200 quilómetros de caves subterrâneas, a Milestii Mici é considerada a maior reserva de vinho do mundo pelo livro do Guiness. A segunda maior do país, Cricova, fica a 15 minutos da capital Chisinau e visita-se facilmente. Pode também achar piada à possibilidade de encontrar um mosteiro inteiro a funcionar dentro de grutas.

Tuvalu

Torsten Blackwood/AFP/Getty Images)

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Ao somar o nome da ilha com o nome da capital, Funafuti, pode ficar com a sensação de estarmos a inventar palavras ao estilo de um sketch humorístico. Mas esta ilha – cheia de recifes e corais – existe mesmo no Oceano Pacífico, entre o Havai e a Austrália, e tem daquelas praias de postal. É verdade que a grande atracção local são os destroços de um avião que caiu num recife perto da vila de Nanumea, da época em que os americanos usaram a ilha como base durante a II Guerra Mundial. Mas também é verdade que pode participar num jogo típico, o “te ano”, que acaba com a equipa derrotada a fazer uma dança parva para os vencedores.

Antártida

 Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images

Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images

É importante começar por deixar bem claro um pormenor: a temperatura máxima que vai encontrar por estas paragens é de 12 graus negativos. A mínima vai por aí abaixo quase sem parar, que aquela paisagem branca que se vê na televisão é mesmo gelo a sério. A grande vantagem é que pode mesmo dar de caras com pinguins e focas. Só que não basta pegar numa mochila, comprar um bilhete e andar por lá a passear. A única maneira de ir à Antártida é embarcar em expedições com guia e cautelas – para o fazer tem de partir de Ushuaia, na Argentina, ou de Punta Arenas, no Chile.

Bielorrússia

Viktor Drachev/AFP/Getty Images)

Viktor Drachev/AFP/Getty Images

Trata-se de um país que, por ter tantos vizinhos (Rússia, Ucrânia, Polónia, Lituânia e Letónia), tem sempre hipótese de conseguir uma boa pontuação na Eurovisão. E mesmo que lhe pareça pouco interessante ir para paragens que ainda hoje sofrem consequências da radiação de Chernobyl, há outros encantos a ter em conta: 40% do território do país é floresta, o que pode inspirar grandes passeios, e tem cerca de 11 mil lagos. Se preferir monumentos, tem o castelo de Mir e o Castelo de Nesvij, além do Arco Geodético de Strove, todos eles Património da Humanidade.

San Marino

Marcel Mochet/AFP/Getty Images)

Marcel Mochet/AFP/Getty Images

É o terceiro país mais pequeno do mundo e perde apenas para o Vaticano e para o Mónaco. Mas apesar de medir apenas 61 quilómetros quadrados, há coisas em que não perde para ninguém – é o país da Europa com a menor taxa de desemprego, é a República mais antiga do mundo (301 d.C.) e tem um dos maiores PIBs per capita mundiais. Tem tantos habitantes ricos que até corre a piada de que as empregadas domésticas têm de ter sempre mais de 50 anos para não desgraçarem os patrões. Situado no meio de Itália, a capital Cittá di San Marino é uma beleza medieval acompanhada pela imponência do Monte Titano e é um paraíso de compras: tudo é livre de imposto.

São Tomé e Príncipe

Tiago Petinga/AFP/Getty Images

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Neste caso até pode ser verdade que só aparecem cerca de 13 mil turistas por ano, só que quase 50% são portugueses. Que os encantos do segundo país mais pequeno de África (depois das Seychelles) sejam um segredo para muitos não significa que o sejam aqui. O arquipélago de duas ilhas é um paraíso de contraste entre a vegetação densa do interior e o azul das praias paradisíacas, tem sete espécies de tartarugas marinhas e até tem um ilhéu (Rolas) em plena linha do Equador, no meio do mundo. Se isso não bastasse, é um sítio onde se comem coisas com nomes como cajamanga, mata bala, micócó e maquêquê.