Os estudantes de Coimbra vão fazer um cordão humano com as mãos e os pés atados em protesto contra os cortes no ensino superior, no Dia do Estudante, dia 24, depois de terem aprovado esta ação em assembleia magna.

A ação de protesto inicia-se com uma concentração no largo Dom Dinis, seguida de uma arruada até ao edifício da Associação Académica de Coimbra (AAC), que vai estar com a fachada tapada por uma lona preta, e onde os estudantes vão fazer “um grande cordão humano”, com os pés e mãos atados, disse à agência Lusa o presidente da AAC, Bruno Matias.

A manifestação simbólica – aprovada esta noite em assembleia magna – pretende mostrar “solidariedade” para com aqueles que abandonaram o ensino superior, querendo a AAC “trabalhar para que mais nenhum volte a abandonar e para que os outros voltem” a estudar, contou.

Para esse mesmo dia, a AAC vai enviar ainda hoje um convite ao Governo para que se desloque a 24 de março a Coimbra e realize uma visita “pelos vários espaços problemáticos” da universidade.

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Na visita, o membro do Governo convidado poderá “conhecer as dificuldades dos estudantes” e os problemas que se registam “nas residências, nas cantinas, nas aulas” e nas demais infraestruturas.

Contudo, Bruno Matias tem “as mais sérias dúvidas de que aceite o convite”, devido à “cobardia a que o Governo” tem habituado a AAC.

Para o presidente da AAC, o contacto com a realidade seria importante para que o executivo “levasse para Lisboa a noção clara do que foram os efeitos dos cortes” no ensino superior.

“O Governo está longe da realidade, longe dos problemas, longe da competência e longe das necessidades do ensino superior”, criticou, referindo que este “não tem qualquer orientação ou estratégia” para o ensino superior.

Durante a assembleia magna, que começou às 21:00 de segunda-feira, terminando por volta das 01:30 de hoje, foi rejeitada uma proposta de manifestação em Lisboa.

Bruno Matias, que votou contra, considerou que se tem de “aguardar pelo final dos processos” relativos ao novo modelo de financiamento e à alteração do regulamento de atribuição de bolsas antes de se avançar com protestos a nível nacional.