Há cem anos, saía a revista Orpheu. Com apenas dois números, o projeto foi um fenómeno “algo efémero”, como referiu Jerónimo Pizarro. Apesar disso, a sua influência permaneceria e, passado um século, “Orpheu continua”.

De modo a celebrar os cem anos da revista modernista, “um dos grandes marcos culturais do século XX europeu”, a editora Tinta-da-China lançou o livro 1915 — O Ano do Orpheu. O lançamento reúne textos de alguns dos mais importantes investigadores da atualidade, numa abordagem que pretende ser, acima de tudo, diferente.

O livro, organizado por Steffen Dix, procura reconstruir a história do Orpheu (e de Portugal) em torno de 1915, um ano crucial para a história portuguesa. Jerónimo Pizarro, um dos colaboradores, explicou ao Observador que o lançamento não pretende abordar um ângulo “artístico, mas socio-histórico”, mostrando a importância de 1915 para o surgimento da revista.

“Tentámos fazer com que o Orpheu não fosse apenas a revista, mas a época, o momento, o que estava a acontecer. Tentámos passar a ideia de 1915 como um ano marcante na história portuguesa”, disse o investigador ao Observador.

Para além de Jerónimo Pizarro, o lançamento conta ainda com a colaboração de outros 23 investigadores, que incluem nomes como Arnaldo Saraiva, Nuno Júdice, Filomena Serra e Manuel Villaverde Cabral.

O livro inclui ainda fichas biográficas completas de todos os colaboradores da revista, como Mário de Sá-Carneiro ou Ângelo de Lima, um capítulo dedicado a Amadeu de Sousa-Cardoso (que iria participar no número três) e uma cronologia.

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