A UNESCO classificou como “um ato de loucura” a destruição da cidade antiga de Nimroud, no Iraque, pelo grupo Estado Islâmico.
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, Irina Bokova, condenou em comunicado os atos que estão a “apagar a história do povo iraquiano”.
As declarações surgem depois de o grupo ter publicado no sábado um vídeo em que mostra os seus combatentes a fazer explodir espaços arqueológicos e obras de arte em Nimroud.
“Eu condeno este ato de loucura destruidora, que marca uma nova escalada de terror”, declarou a diretora-geral da UNESCO.
Irina Bokova considerou que as ações do grupo Estado Islâmico “confirmam que os terroristas não se limitam a destruir figuras”, tais como estátuas ou baixos-relevos, “mas também os próprios locais” com o objetivo de “eliminar sistematicamente todos os traços de história do povo iraquiano”.
De acordo com as imagens, sem data, a cidade antiga de Nimroud, situada 30 quilómetros a sudeste de Mossoul, foi totalmente destruída.
A situação já tinha sido denunciada e criticada pela UNESCO há mais de um mês, mas só com o vídeo publicado no sábado foram conhecidos os pormenores da devastação.
“A destruição deliberada do património é um crime de guerra”, destacou Irina Bokova, para quem os autores devem ser julgados.
O grupo Estado Islâmico tem justificado a destruição de relíquias históricas com o propósito de querer eliminar representações e locais de culto nos territórios da Síria e Iraque.
Nas últimas semanas foi anunciada também a destruição de Hatra, cidade do período romano inscrita na lista de património mundial da UNESCO, bem como de peças do museu de Mossoul.