O Rali de Portugal, que arranca na quinta-feira, vai integrar pelo sétimo ano consecutivo o calendário do Mundial, mas os pilotos que se habituaram às estradas do Algarve vão enfrentar agora os troços do norte.

Após dez edições no sul do país, o 49.º Rali de Portugal, que se realiza entre 21 e 24 de maio, vai ficar centralizado em Matosinhos e vai percorrer estradas de outros concelhos vizinhos, das regiões do Minho, de Trás-os-Montes e do Douro Litoral.

O ‘namoro’ do Automóvel Clube de Portugal (ACP) com o norte adensou-se nos últimos três anos, com a realização do WRC Fafe Rally Sprint, um evento de exibição a anteceder o Rali de Portugal, que agora devolve ao itinerário o seu famoso salto, mas em formato totalmente competitivo.

Esta mudança, que pode ganhar em espetacularidade, tendo em conta as caraterísticas de alguns troços, é igualmente um grande desafio para a organização, sobretudo no que toca à segurança, estimando o ACP que assistência pode ultrapassar as 600 mil pessoas registadas no Algarve.

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“Penso que vai ser o maior evento desde sempre do Rali de Portugal”, vaticinou recentemente o presidente do ACP, Carlos Barbosa, esperando também grande adesão do público espanhol, sobretudo da Galiza.

Realizado sem interrupções desde 1967, o rali português integrou o campeonato do mundo em 35 edições. Excluindo as seis primeiras, a mais longa ausência do mundial aconteceu nas cinco edições que mediaram entre 2002 e 2006.

Durante muitos anos considerado um dos melhores do mundo, o Rali de Portugal foi excluído durante aquele período por questões de segurança, o que coincidiu com o seu afastamento da região do Porto e a sua mudança de ares: primeiro para Trás-os-Montes e depois para o Algarve.

Em 2005, o rali fixou-se nas estradas de terra do sul e, em 2007, voltou a fazer parte do Mundial WRC. De lá para cá, só ficou de fora em 2008, ao abrigo da política de rotação então em vigor, e ‘assistiu’ aos triunfos de nomes como Sébastien Loeb, nove vezes campeão do mundo, e Sébastien Ogier, seu sucessor.

Depois de uma década bem-sucedida e após uma mudança mal aceite por diversas entidades algarvias, o ACP e o Rali de Portugal enfrentam agora um novo desafio à sua capacidade de manter os padrões que permitiram a reintegração no calendário.

Será um desafio de formato compacto, com 16 classificativas repartidas por quatro dias de competição, com mais de 1.500 quilómetros, dos quais cerca de 350 cronometrados, passando pelos municípios de Amarante, Baião, Caminha, Fafe, Guimarães, Lousada, Matosinhos, Mondim de Basto, Paredes, Ponte de Lima, Valongo, Viana do Castelo e Vieira do Minho.