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Nascer de cesariana: só quando é mesmo necessário

Este artigo tem mais de 5 anos

A cesariana não tem de ser a pior coisa do mundo, como o mostrou a fotógrafa Helen Carmina, mas também não deve ser feita sem recomendação médica, defendem os médicos.

As cesarianas, como qualquer cirurgia, podem ter riscos para a mãe e para o bebé
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As cesarianas, como qualquer cirurgia, podem ter riscos para a mãe e para o bebé

Brendan Hoffman/Getty Images

As cesarianas, como qualquer cirurgia, podem ter riscos para a mãe e para o bebé

Brendan Hoffman/Getty Images

Ela, a mãe, tinha medo de fazer uma cesariana, mas as complicações durante o parto obrigaram-na a isso.

Apesar dos receios demonstrados por esta mãe, que precisava de uma cesariana para se salvar a si e ao bebé, outras há que escolhem submeter-se à cirurgia sem razões médicas. A cesariana “tem um risco associado para a mãe e para o bebé” e “só deve ser realizada quando é claramente vantajosa”, alertam os médicos Ioannis Mylonas e Klaus Friese, no artigo publicado na revista científica Deutsches Ärzteblatt International.

Os avanços científicos, assim como as mudanças sociais e culturais, e até as alterações à lei, levaram a uma nova postura das grávidas e médicos perante a cesariana. De facto, o consenso sobre as indicações para realizar a intervenção cirúrgica mudou em vários países, referem os médicos do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, no artigo. Agora são tidos em conta, por exemplo, fatores psicossociais, como a ansiedade em relação ao parto ou a vontade da mãe fazer uma cesariana sem indicação médica.

Ela, a mãe, decidiu registar o momento com a ajuda da fotógrafa Helen Carmina.

EDIT: I didn't expect this image to reach so far. I understand everyone has their own opinion which they are entitled...

Posted by Helen Carmina Photography on Terça-feira, 11 de agosto de 2015

Apesar de haver uma aceitação cada vez maior da cesariana, visto os riscos serem consideravelmente menores do que no passado, uma fotografia que expõe os resultados da mesma – uma cicatriz e um bebé – não foi assim tão bem aceite. Já recebeu muitos elogios e cobertura na comunicação social, mas também comentários negativos e até já tentaram bloquear a fotografia no Facebook.

Os médicos alertam que uma cesariana é uma cirurgia e como tal tem sempre riscos associados, como infeções, lesões nos órgãos, necessidade de transfusão de sangue ou outras complicações no período pós-operatório. Os autores acrescentam o risco de, numa futura gravidez, haver rutura uterina ou anomalias na placenta, ou mesmo problemas de infertilidade. Mais controversas e ainda a carecer estudos mais aprofundados são as consequências no bebé nascido de cesariana: asma brônquica, diabetes tipo II, rinite alérgica, alergia a alimentos ou até autismo. Mas a relação causa efeito ainda tem de ser confirmada, lembram.

Ela, a fotógrafa, mostrou-se surpreendida com o impacto da fotografia e tudo o que pede é respeito por esta mãe que passou por um dos momentos mais assustadores da sua vida.

A recomendação pelo parto natural não é nova. Em 2013, o Comité sobre a Prática Obstétrica do Colégio de Obstetrícia norte-americano emitiu um parecer em que, tendo em conta os riscos e benefícios da cesariana, acreditava que na ausência de indicações médicas para realizar a cirurgia, “o parto natural era seguro e apropriado e devia ser recomendado”. O comité acrescenta que a cesariana a pedido da mãe não é recomendada, em especial quando a mulher deseje ter muitos filhos, porque aumenta os riscos de anomalias na placenta.

Citando as vantagens e desvantagens constantes nas orientações do Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica, Ioannis Mylonas e Klaus Friese, da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, mostram as vantagens da cesariana e do parto natural:

  • A cesariana reduz as dores abdominais e perianais durante o parto e até três dias depois, as lesões vaginais e as emergências relacionadas com a anestesia
  • O parto natural reduz o tempo de permanência no hospital, a probabilidade de histerectomia (remoção do útero) devido a sangramento depois do parto e a paragem cardíaca
  • Sem diferenças entre cirurgia e parto natural: embolismo pulmonar, rutura uterina, lesões dos órgãos próximos e dores abdominais e perianais quatro meses depois do parto

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