Um novo estudo da King’s College London, uma universidade britânica, confirmou que as pessoas com mais de 11 nevos (sinais) no braço direito têm maiores probabilidades de vir a desenvolver melanoma, um tumor maligno da pele. Avaliar o número de sinais no braço, parece ser uma boa estimativa para o número total de nevos no corpo, um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma.

A equipa de investigadores pegou num estudo já publicado, com dados recolhidos entre 1995 e 2003, feito ao abrigo de um protocolo da TwinsUK, onde se pretendia avaliar qual a área do corpo mais representativa do número total de sinais. O estudo avaliou 2.854 gémeas no Reino Unido, examinadas em categorias como “tipo de pele”, “cor do cabelo e dos olhos”, “sardas [manchas na pele causadas pelo aumento da melanina]” e “número de nervos contabilizados em 17 partes do corpo”.

Com o estudo agora publicado, os investigadores tentaram confirmar as conclusões do trabalho anterior e perceber se estas podiam ser aplicadas a uma amostra diferente e mais abrangente (ou seja, que não fosse composta só por mulheres ou só por gémeos). Na presente investigação foram incluídas 415 pessoas caucasianas, das quais 161 eram homens e 254 eram mulheres, com idades compreendidas entre os 30 e os 60 anos.

O que os investigadores confirmaram pode ser muito útil na prática clínica, pois permite que até os médicos de família e médicos de clínica geral façam uma avaliação preliminar do doente e o encaminhem para um especialista. Como? A equipa confirmou que o braço – entre o cotovelo e o ombro – é a área do corpo que melhor permite estimar o número total de nevos (sinais) de um indivíduo. Desta forma alargou os resultados da TwinsUK que concluiu que as mulheres com mais de sete nevos no braço direito tinham nove vezes mais probabilidades de terem mais de 50 sinais no corpo do que as que tinham menos de sete nevos nessa área. Mais,as mulheres com mais de 11 nevos no braço direito tinham mais probabilidade de ter mais de 100 nevos em todo o corpo, o que significa que estão em maior risco que as restantes de desenvolver melanoma.

Segundo o líder da equipa, Simone Ribero, que trabalha no Departamento de Investigação sobre Gémeos e Epidemiologia Génetica, “o estudo dá continuidade aos trabalhos anteriores para identificar as melhores partes do corpo para medir o número total de nevos de alguém”. Mas destacam-se duas diferenças no trabalho agora publicado: é mais abrangente, porque as conclusões podem ser alargadas a homens e a mulheres mesmo que não sejam gémeos, e usaram um grupo controlo saudável para validar os resultados. Com isto, a equipa da King’s College London conseguiu confirmar que as conclusões em relação a mulheres gémeas podiam ser generalizadas para outras pessoas.

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