“Acreditamos muito nas nossas capacidades e, sobretudo, assumimos a responsabilidade de representar este clube. Sempre que entramos numa competição, traçamos objetivos de qualificação, de apuramento”, disse à Agência Lusa o treinador portista, Moncho López.

O técnico espanhol sabe, porém, que não haverá facilidades, muito pelo contrário: “Sabemos que vai ser muito difícil, que, para todos os analistas, nós somos, provavelmente, a quarta equipa do grupo, mas sonhamos em conseguir o apuramento e já temos demonstrado que podemos atingir os nossos sonhos”.

“A história deste clube e mesmo deste plantel diz-nos que, com muito trabalho, os sonhos são possíveis”, prosseguiu o ex-selecionador luso, admitindo que, “se pudesse escolher, preferia ter mais tempo, mais três/quatro semanas” para preparar melhor o conjunto.

De acordo com Moncho López, “a equipa tem evoluído bem, dentro da normalidade”, depois de um início de campeonato “difícil”, com jornadas duplas com deslocações a Lisboa e Ponte de Sor a abrir, que provocaram “muito cansaço”.

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“A equipa reagiu sempre bem. Penso que está muito bem preparada fisicamente e mentalmente. Do ponto de vista técnico, temos crescido. Nós (os treinadores), nunca estamos satisfeitos porque uma equipa de um desporto coletivo é um organismo vivo, em estado permanente de evolução. Não posso dizer que a minha equipa está neste momento a 100 por cento, porque nunca está. Estaremos a 99,9 no melhor dos casos porque as equipas podem melhorar, mas a minha está a uma velocidade de aprendizagem e entrosamento razoável”, explicou.

A fase de grupos realiza-se em apenas seis semanas, com jogos do campeonato luso pelo meio, mas Moncho López lembra à Lusa que o FC Porto construiu uma “equipa alargada, comprida, para poder fazer às duas competições”.

“O nosso estilo de jogo, a orientação que fazemos nos jogos, com muita participação dos jogadores, muita rotatividade, garante-nos que vamos poder distribuir esforços”, disse, elogiando o “departamento de nutrição e de saúde e excelentes fisioterapeutas, que também ajudam a que a recuperação dos atletas seja a adequada”.

A equipa está preparada, mas os adversários são de muita qualidade: “Temos muito trabalho feito, muitos vídeos, trabalhámos muito bem no ‘scouting’. Neste momento, já conheço como jogam as três equipas”.

As maiores dificuldades virão dos “centímetros”, pois o FC Porto vai defrontar equipas “de muito tamanho, especialmente nos casos das formações da Eslovénia (KRKA Novo Mesto, na estreia, fora, quarta-feira) e da Holanda (ZZ Leiden), com muitos jogadores próximos dos 2,00 metros”.

“A equipa da Eslovénia pode ter cinco jogadores em campo que ultrapassam os 2,00 metros. Tem bases de 1,95/1,98. Homens grandes, por cima dos 2,10. A equipa alemã é poderosa fisicamente, mas em qualidades atléticas. Tem muita presença de jogadores americanos, também um jogador canadiano, excelente. É uma equipa forte e rápida”, detalhou.

Além da parte atlética, há ainda uma “outra dificuldade”, que tem a ver com o “estilo de jogo” dos adversários.

“Vamos defrontar três estilos de jogo que podem ter alguma semelhança, eu diria. Entre a equipa holandesa e alemã há algumas semelhanças e são estilos muito diferentes dos que encontramos em Portugal”, lembrou à Lusa.

Moncho Lopéz quer, porém, “acreditar” que, face ao “muito” que tem trabalhado, a sua equipa está “preparada” para os três adversários, para formações que “atacam imediatamente desde o primeiro segundo a posse, que jogam com um ritmo muito elevado, muito à procura da transição”.

“Os jogos terão muitas posses de bola. São equipas que defendem muito no campo inteiro. São características de jogo com que nos sentimos identificados. Vamos ver se fizemos um bom trabalho e estamos preparados para poder competir contra essas equipas”, rematou.