Esta tarde viu-se a primeira esquerda a duas mãos no court principal do Estoril Open. O senhor, com os 30 anos a verem-se pelo retrovisor, pegava numa pá e tentava arrancar uns grandes calhaus cravados no chão. É que antes do glamour tradicional do ténis é necessário meter as coisas direitas, no sítio certo e sem falhas. É nessa fase que está o famoso torneio de ténis português. João Sousa, Gilles Simon, Nick Kyrgios e Borna Coric são os únicos nomes conhecidos. Na próxima semana, já se sabe, será anunciado um tenista de alto gabarito. Se é top-8 ou top-15, não foi revelado aos jornalistas. Fica o suspense.

Esta será a segunda edição do Estoril Open… no Estoril. É que até aqui o torneio foi disputado no Jamor, em Oeiras. A estreia no novo espaço, em 2015, teve vários desafios, nomeadamente relativamente ao espaço e à aposta nos jogos à noite. As obras, comparticipadas pela Câmara Municipal de Cascais, vão permitir mais conforto a muitos níveis: mais espaço no court, muitos mais camarotes e melhores condições para as transmissões televisivas. Ao lado do court principal, a piscina será tapada e haverá aí a tenda VIP, a tal apenas ao alcance de quem tem uma pulseira, onde se gasta tempo em conversa e existem várias tendas para aventuras gastronómicas. 

Voltemos às obras, que estarão concluídas em dez dias — depois começam a erguer-se bancadas, camarotes e por aí fora. O court principal, no fundo, mudou de sítio, para se ganhar 200 metros quadrados. Esse mesmo court terá capacidade para 3.600 pessoas, enquanto os restantes dois terão capacidade para 100 e 700 espectadores. O último será batizado “Court Câmara Municipal de Cascais” e terá direito a reforço de iluminação, embora não esteja previsto qualquer jogo à noite naquele campo. Ou seja, ficará para a Clube de Ténis do Estoril, o local onde terá lugar o torneio ATP World Tour 250. O orçamento previsto para o evento é de três milhões de euros.

Os craques e os preços para os ver

João Sousa, número 36 do ranking, vai tentar fazer o que nunca foi feito: juntar “português” e “campeão do Estoril Open” na mesma frase. Frederico Gil até esteve no bom caminho para o conseguir, em 2010, mas Albert Montañés acabaria por vencer a final (2-6, 7-6, 7-5). Sousa ainda só jogou sete partidas em 2016, sendo que venceu duas e perdeu cinco. Aos 26 anos, e com muita bagagem, o atleta de Guimarães tem boas hipóteses para ser feliz em casa.

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Os restantes atletas já conhecidos são Nick Kyrgios, Gilles Simon e Borna Coric. O primeiro foi o finalista vencido na edição anterior, contra o francês Richard Gasquet. Kyrgios é australiano (pai grego), tem 20 anos e ocupa a posição 33 da lista, curiosamente a posição anterior de João Sousa. A vitória na final de Marselha foi um valente empurrão (vs. Marin Cilic).

Gilles Simon, 31 anos, ocupa a 19.ª posição no ranking e tem uma vasta experiência. O francês é profissional desde 2002, venceu 12 torneios na carreira e até chegou a número 6 do ATP, em 2009. Coric, um croata de 19 anos, está focado em subir na vida: atualmente está em 38.º da lista. É profissional desde 2013 e ainda não venceu qualquer torneio. O score, para já, não é positivo: 38 vitórias, 41 derrotas. Apesar disso, o garoto já pode escrever um daqueles livros com o título “Como atingir o primeiro milhão”. É que já amealhou 1,028,871 milhões de dólares…

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Os preços para o torneio variam. Para quem quer assistir ao torneio todo, tem até 29 de fevereiro para comprar bilhetes a 99 euros. A partir do primeiro dia de março o preço sobe para 145 euros — os bilhetes premium custam 220 euros (primeiras quartas filas e com cadeiras à maneira). Os bilhetes para as finais custam 45 euros (premium: €75). Os preços das entradas diárias vão evoluindo consoante a importância do torneio: começam nos cinco euros e culminam nos 30 — bilhetes premium sofrem aumentos de 5, 10 e 15 euros.

Falta referir que o torneio será jogado entre 23 de abril e 1 de maio. O tal craque será anunciado para a semana e a expectativa é muita. Será Tsonga, Berdych, Ferrer? Ou, então, Rafael Nadal? Ficam os pontos de interrogação e o bom ténis de cada um deles a magicar na mente de quem os admira. Afinal, este é um torneio menor que já viu grandes campeões: Thomas Muster (1995, 1996), Carlos Moyà (2000), Juan Carlos Ferrero (2001), David Nalbandian (2002, 2006), Juan Martín del Potro (2011, 2012), Stanislas Wawrinka (2013), Novak Djokovic (2007) e Roger Federer (2008). Os últimos três, atualmente no top-4, ainda estão aí para as curvas…