A prática da cadeia McDonald’s de identificar as ofertas de brinquedos com a refeição Happy Meal como sendo para “rapariga” e para “rapaz” vai acabar, refere o Diário de Notícias.

A diferenciação por género ainda acontecia ao balcão — onde os empregados entregam a refeição de acordo com o sexo da criança, se não houver pedido em contrário — e também nos placards eletrónicos e quiosques de self-service da cadeia de refeições rápidas.

Desde 2014 que a política da empresa nos Estados Unidos é oferecer o brinquedo à escolha do cliente, sem qualquer pergunta prévia sobre o sexo da criança, escreve o New York Times. A reivindicação partiu de uma adolescente norte-americana que escreveu uma carta ao presidente da administração da empresa a pedir para que os brinquedos fossem oferecidos pelo nome e não pela atribuição de género.

A McDonald’s Portugal foi confrontada pelo Diário de Notícias com o incumprimento da normas em vigor nos EUA e anunciou que vai alterar as diretivas aos funcionários, os placards eletrónicos e os quiosques.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“De acordo com a nossa política global, as equipas [em Portugal] serão instruídas para descrever os brinquedos pelas suas qualidades e não oferecer certos brinquedos a rapazes e outros a raparigas”, lê-se no comunicado enviado pela filial europeia da empresa ao DN.

A cadeia de fast-food argumentou ainda que a diferenciação por género estava relacionada com a tradução portuguesa de dois questionários das caixas das Happy Meals, com brinquedos das séries My Little Pony (definidos como raparigas) e Transformers (para rapazes).

A empresa admite que a ” situação pode ser mal interpretada” e que no futuro a oferta será feita de modo a não “influenciar a escolha e variedade de brinquedos dos nossos jovens clientes”.

“Não há brinquedos de menino e de menina. Aquilo que se lê naqueles questionários e a prática de dividir brinquedos por sexo é uma atitude discriminatória que reforça os estereótipos de género. Obviamente não podemos [o governo] concordar com essa discriminação”, disse Catarina Marcelino, secretária de Estado da Igualdade, ao DN. A governante considera que “esta é uma matéria que cabe dentro da missão da Comissão para a Igualdade de Género (CIG)” e “vai contactar a McDonald’s para seguir o assunto.”