A Câmara de Lisboa informou esta quarta-feira que a reabilitação da Praça da Figueira e do Largo do Rato, que assenta no reordenamento do trânsito e em mais espaço para os peões, não vai ser feita neste mandato.
Falando na reunião descentralizada do município, na qual estão a ser ouvidos moradores da Misericórdia, Santo António e Santa Maria Maior, o vereador do Urbanismo anunciou que os projetos para a requalificação “duas praças especiais” vão ser concretizados, no âmbito do programa “Uma praça em cada bairro”.
Contudo, “neste mandato, não vamos conseguir executar a obra” como estava previsto, admitiu Manuel Salgado. No que toca à Praça da Figueira, na freguesia de Santa Maria Maior, será “lançado um concurso de ideias” para a sua reformulação, disse.
De acordo com a informação disponível no ‘site’ da autarquia, prevê-se que aqui haja uma “reformulação do sistema de circulação”, mais “espaço público pedonal na área central da praça” e ainda “mobiliário urbano de estadia”. Quanto ao Largo do Rato, em Santo António, “a situação é mais complicada”, reconheceu Manuel Salgado.
Neste largo, com uma área de intervenção de 12,9 mil metros quadrados, vai ser reorganizada a circulação, “reduzindo o espaço dedicado ao transporte individual” e aumentando “a área pedonal”. Prevê-se, também, o “reforço da ligação entre os diversos transportes públicos” – criando condições para “a circulação de bicicletas e [para] a reposição da linha do elétrico” -, a “introdução de áreas verdes” e ainda a “eliminação do estacionamento abusivo”.
Manuel Salgado referiu que este largo “é um eixo vital para a cidade”, no qual é “praticamente impossível atravessar”. Desta feita, “o fluxo do tráfego tem de ser garantido em segurança”, defendeu o responsável, adiantando que a Câmara está a “desenvolver um estudo” sobre o trânsito, de forma a criar a solução técnica e a deixar “tudo pronto para ser executado no próximo mandato”.
Manuel Salgado deu ainda conta de que, ao abrigo do programa “Uma praça em cada bairro”, já se iniciaram três obras, duas já foram adjudicadas e outras sete estão em fase concurso. “As restantes praças, com exceção do Largo do Rato e da Praça da Figueira, […] vão para obra em meados de 2016”, concluiu.
Na reunião, que decorre no Museu da Farmácia, a autarquia foi também questionada sobre a situação do Mercado do Rato, para onde está prevista a construção, por parte da Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa, de um parque de estacionamento com 310 lugares.
Em resposta, o vice-presidente do município, Duarte Cordeiro (PS), assegurou que será encontrada uma solução para realojar a Associação Boa Vizinhança, que ali está sediada, bem como para outros dois estabelecimentos de restauração e cafetaria.
“Já tivemos oportunidade de falar com restantes [comerciantes] e a maioria não deseja continuar”, informou o autarca, frisando que vão ser calculadas “as indemnizações pelo período em que estiveram no mercado”. Duarte Cordeiro revelou ainda que está a ser estudada a “possibilidade de complementar o projeto do parque com outros projetos”, reivindicação feita pela Junta de Santo António.