O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau diminuiu 20,3% no ano passado, arrastado pela queda do setor do jogo, segundo dados divulgados esta quinta-feira pelos serviços de estatística da região.

Os dados mostram que o PIB de Macau caiu continuamente ao longo de todo o ano passado e sempre com diminuições superiores a dois dígitos: 21,9% no primeiro trimestre, 23,7% no segundo, 21% no terceiro e 14,4% no quarto, em comparação com os mesmos meses de 2014.

Esta recessão no território deve-se “à contínua queda das exportações de serviços do turismo e do jogo”, segundo a Direção dos Serviços de Estatística e Censos de Macau.

No ano passado houve “uma queda acentuada de 33,4% nas exportações de serviços do jogo e uma descida de 11,6% nas exportações de outros serviços turísticos” que a procura interna, com “um ligeiro crescimento anual”, não compensou, explica a mesma nota oficial hoje divulgada, que reviu os dados do PIB relativos aos primeiros três trimestres de 2014.

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O PIB de Macau alcançou em 2015 as 368,7 mil milhões de patacas (cerca de 42,37 mil milhões euros), situando o PIB per capita em 574.790 patacas (cerca de 66 mil euros), o que se traduz, neste último caso, também numa descida de 20,3% em relação a 2014.

A economia de Macau está em queda desde o terceiro trimestre de 2014, ano em que pela primeira vez diminuiu o PIB (-0,9%) desde a passagem da administração do território de Portugal para a China, em 1999.

A queda do PIB está relacionada com a diminuição das receitas dos casinos, que começaram a cair em junho de 2014 e são a principal fonte de receitas públicas e o pilar da economia do território, o maior centro de jogo do mundo.

Os casinos de Macau fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas (26.627 milhões de euros), uma queda de 34,3% face a 2014.

Para 2016, o Governo de Macau prevê nova queda das receitas públicas e do jogo, mas continua a esperar fechar o ano com um superavit de 18,213 mil milhões de patacas (2,12 mil milhões de euros).

A confirmar-se a previsão do orçamento da região para este ano, os impostos diretos sobre o jogo cairão 16,6% em 2016.

O executivo tem sublinhado que a queda do jogo é uma oportunidade para reestruturar e diversificar a economia de Macau, para diminuir a dependência do jogo e, dentro deste, dos grandes apostadores (“jogo VIP”), que a campanha anticorrupção lançada por Pequim parece ter afastado dos casinos do território.

Macau, uma região da China com administração especial, é a única parcela do território chinês onde o jogo em casino é legal.