Mais uma reviravolta. As audições de Mário Centeno e Carlos Costa na comissão de inquérito ao Caso Banif estavam originalmente agendadas para 19 de abril. Perante a indisponibilidade do governador do Banco de Portugal, as audições foram remarcadas para a semana seguinte. Mas, afinal, Carlos Costa tem disponibilidade para ser ouvido na data original. E assim ficou. O responsável pelo Banco de Portugal vai ser ouvido na próxima terça-feira às 9h30 e Mário Centeno logo a seguir – às 11h30.

Os partidos queriam ouvir o governador do Banco de Portugal e o ministro das Finanças no mesmo dia, porque, dizem, estão em causa alegadas contradições na informação que veio a público. De acordo com a informação inicialmente avançada, Carlos Costa estaria em Washington no dia 19. Perante esta indisponibilidade, a comissão de inquérito ponderou suspender todos os trabalhos durante uma semana.

O adiamento acabaria por ficar sem efeito. Carlos Costa vai mesmo ser ouvido na terça-feira, dia 19, às 9h30. Duas horas depois, será a vez de Mário Centeno prestar esclarecimentos sobre o seu papel na venda do banco. Segundo o PSD, o ministro das Finanças mentiu na comissão e terá intercedido junto do BCE a favor do Santander no negócio do Banif.

Os partidos acreditam que vai ser possível ouvir os dois responsáveis durante a manhã. Como o objetivo é fazer perguntas específicas sobre as informações que foram tornadas públicas o tempo de audição previsto deve bastar.

Por confirmar está a audição de Vítor Constâncio. No que depender da vontade dos deputados, o vice-presidente do Banco Central Europeu vai ser ouvido a 27 de abril. Vítor Constâncio deve responder, na pior das hipóteses, por videoconferência. Essa é, pelo menos, a intenção dos deputados. Esta sexta-feira, o deputado comunista e presidente da comissão de inquérito ao Banif, António Filipe, lembrou que o vice-presidente do BCE tem a prerrogativa de depor por escrito, “na medida em que não se encontra em território nacional”. A decisão está nas mãos de Constâncio.

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