O Governo vai lançar em dezembro um fundo para apoiar os centros de interface tecnológico entre empresas e universidades, no âmbito de uma aposta “estrutural” nestes instrumentos de transferência de conhecimento, anunciou esta segunda-feira o ministro da Economia.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre ‘Inovação de base Tecnológica e Competitividade’, promovida no Porto para assinalar os 30 anos do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), Manuel Caldeira Cabral adiantou que este fundo será um dos novos instrumentos a anunciar para apoio aos centros tecnológicos.
O ministro disse que alguns dos instrumentos de apoio serão dotados com verbas de fundos estruturais e outros “com base no Orçamento do Estado e nas verbas que existem, por exemplo, para promover a eficiência energética e a economia circular”.
Segundo Caldeira Cabral, o fundo a lançar “no próximo mês” foi já discutido “em vários encontros com os centros tecnológicos e com centros tecnológicos internacionais” e insere-se num conjunto de novos instrumentos de apoio aos centros de transferência de conhecimento que “não são só baseados em transferências pontuais, mas terão um caráter estrutural, plurianual e de apoio à melhoria do emprego científico e da capacitação destes centros tecnológicos”.
“É um programa importante porque estes centros tecnológicos têm muita importância em criar valor na nossa indústria e em reforçar a capacidade de exportação do país”, concluiu.
Relativamente ao INEGI, que este ano assinala o 30.º aniversário, Caldeira Cabral apontou o “papel muito interessante” que tem vindo a ter “na transferência de tecnologia entre o conhecimento que existe nas universidades e nas empresas”, destacando que o instituto trabalha atualmente “com mais de 600 empresas e tem 90 associados”.
“São instituições como estas que nós estamos a apoiar com o nosso programa para os centros de interface tecnológico”, afirmou o ministro, referindo os exemplos de “setores tradicionais” como o calçado e a indústria de máquinas e automóvel, que “floresceram em Portugal” na sequência da “transformação estrutural que tem sido feita com a interação entre as empresas, os centros de conhecimento e os centros tecnológicos”.