O projeto Vehicle Energy Efficient Extractor (Venex) é uma espécie de “tapete” de 40 metros que promete desacelerar os automóveis sem causar desconforto ao condutor ou danos no veículo. Este projeto, apresentado por Francisco Duarte, aluno de doutoramento em Sistemas de Transportes do Programa MIT Portugal na Universidade de Coimbra, foi o vencedor da 1ª edição do Prémio Inovação em Segurança Rodoviária 2016, promovido pelo Automóvel Club de Portugal (ACP) e pela BP Portugal.
Foi com base nas queixas dos condutores que Francisco Duarte desenvolveu o Venex, permitindo, assim, retirar as lombas das estradas e substitui-las por uma espécie de “tapete” que é colocado na estrada e reduz a velocidade através da extração de energia cinética. Com este sistema, os condutores que circulem dentro do limite de velocidade, estipulado para aquela zona, não serão afetados.
“As lombas acabam por empurrar o veículo para cima, fazendo-o perder velocidade e criando algum desconforto aos ocupantes. Por causa delas o condutor acaba por travar antecipadamente desgastando o veículo, a nossa ideia é exatamente o oposto.” explica ao Observador Francisco Duarte, “com o Venex o equipamento acaba por se deslocar para baixo a fim de reduzir a velocidade. Nos 40 metros a velocidade reduz em cerca de 20km/h sem que o condutor sinta mais do que uma ligeira vibração.”
Como atua sem qualquer intervenção do condutor, o sistema vai proporcionar mais segurança e poderá ser eficaz em locais como passadeiras, rotundas, cruzamentos, zonas residenciais, perto de escolas e hospitais, ou seja, em todas as zonas onde atualmente se encontram colocadas as tradicionais lombas rodoviárias.
A iniciativa é promovida pelo Automóvel Clube Portugal, em parceria com a BP, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e a Agência Nacional de Inovação e o vencedor ganhou um prémio de 10 mil euros para investir no desenvolvimento do projeto.
“Está-se a iniciar a construção” do protótipo do Venex, informa Francisco Duarte, acrescentando que em janeiro devem começar os primeiros testes na Universidade de Coimbra. “Os primeiros testes serão internos, mas no segundo trimestre já contamos que sejam feitos na rua, a um nível mais reservado, em vias de pouca circulação.”
O quarto trimestre de 2017 será a altura do piloto ser implementado em algumas vias de circulação. Francisco Duarte está otimista quanto ao projeto e, apesar de ainda não haver um acordo com nenhuma câmara municipal, “Coimbra é uma possibilidade” para o início da implementação do projeto.
Segundo dados divulgados em comunicado pela Organização Mundial de Saúde, anualmente 1,24 milhões de pessoas em todo o mundo perdem a vida em acidentes rodoviários. Além disso, mais de 7,8 milhões de pessoas ficam gravemente feridas.