Vamos ao jogar ao stop? Bute, buga, bora (desconheço mais expressões fixes começadas por bê). A (silêncio). Stop. D, letra D. Estádio? Dragão. Avançado sem qualquer golo na 1.ª divisão? Depoitre? Campeão europeu por Portugal? Danilo.

Dragão, Depoitre, Danilo. A letra D domina e ilumina o Porto na perseguição ao líder Benfica. No fecho da 14.ª jornada, e com um jogo a mais do tricampeão, o FCP volta a estar a um só ponto de distância. Depoitre e Danilo fazem a diferença (olhà letra D) no marcador durante a segunda parte, com um golo de cabeça aos 72′ e outro do meio da rua aos 77′. Em cinco minutos, a reviravolta mistura-se com alegria nas bancadas preenchidas do Dragão.

Antes, um coro de assobios como manifestação de desconforto (mais um D) e desagrado (olha-m’este, outro D). O culpado é o Desportivo Chaves. Aos 8′, Braga testa Casillas. Aos 12′, Felipe perde a bola no seu meio-campo e provoca um ataque flaviense. Rafael Lopes, que já marcara a Sporting e Benfica, atira sem medos e a bola toca em Danilo antes de entrar caprichosamente na baliza à guarda de um estático Casillas. A reacção do Porto é nula, primeiro, e ineficaz, depois. António Filipe defende tudo. E tudo é tão-só dois cabeceamentos tímidos de André Silva (17′ mais 22′).

Sem arte para encontrar o caminho do golo, por superioridade defensiva do Chaves, graças à velocidade do lateral Paulinho e à envergadura do central Ponck, o Porto arrasta-se em campo sem honra nem glória. Vai daí, é Casillas obrigado a entrar em cena para adiar o 2-0 de Freire (34′, de cabeça) e Braga (38′, num remate fora da área). Quando Vasco Santos, é o habitual circo sem sentido com os jogadores do Porto a rodeá-lo e a apontar para o relógio.

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Pela primeira vez em vantagem na casa do Porto desde 1987 (na altura, é Radi o herói e acaba 3-1, com reviravolta de Gomes, Madjer mais Sousa), o Chaves desce claramente de rendimento na segunda parte e só dá Porto, Porto, Porto, Porto. O golo aparece aos 52′, por André Silva, de cabeça, e é mal anulado por fora-de-jogo inexistente. Aos 58′, André Silva acerta uma bola no poste, também de cabeça. Aos 64′, André Silva (quem mais?) proporciona a defesa elástica da noite a António Filipe. O golo do empate está no ar. Literalmente. Aos 72′, Alex Telles saca um cruzamento belíssimo e Depoitre antecipa-se a Pires para cabecear sem remissão. Um e um. É o primeiro golo de Depoitre no campeonato e é também o primeiro de um belga do Porto de bola corrida, depois de 11 penáltis de Demol (outro D). Ai é, então e o Defour? Poizeeeee, Defour. Lá está, D.

O Chaves acusa o golpe e nem consegue sair do meio-campo, completamente manietado pelo Porto. Aos 77′, Danilo apanha a bola a jeito, via Óliver, e ninguém espera um pontapé daqueles. É um remate a 30 metros, cheio de íssimo (fortíssimo e colocadíssimo). António Filipe estica-se todo. Em vão. É um golo de bandeira a garantir a quinta vitória seguida e um feliz Natal no Dragão. Stop.

Estádio do Dragão, no Porto
Árbitro: Vasco Santos (Porto)
PORTO: Casillas; Maxi, Felipe, Marcano (cap), Alex Telles; Danilo; Corona, Óliver (Rúben Neves, 81′) e Brahimi (João Teixeira, 85′); André Silva e Diogo Jota (Depoitre, 63′)
Treinador: Nuno Espírito Santo (português)
CHAVES: António Filipe; Paulinho, Freire, Ponck e Nélson (cap); Assis e Battaglia; Perdigão (Patrão, 75′), Braga (João Mário, 81′) e Fábio Martins; Rafael Lopes (Fall, 46′)
Treinador: Carlos Pires (português)
Marcadores: 0-1, Rafael Lopes (12′); 1-1, Depoitre (72′); 2-1, Danilo (77′)