Os movimentos participantes no 2.º Encontro Nacional pela Justiça Climática, que decorreu em Lisboa este domingo, anunciaram que a Marcha Mundial do Clima em Portugal se realizará a 29 de abril.

A iniciativa, anunciada no encerramento do encontro, foi agendada em resposta ao apelo de realização de uma manifestação internacional nesse dia, emitido pelo “People’s Climate Movement”, surgido nos Estados Unidos para protestar contra as políticas climática e energética do novo Presidente norte-americano, Donald Trump.

“Em Portugal, a questão mais urgente no combate às alterações climáticas é a anulação de todos os contratos de concessão para a exploração de petróleo e gás no mar e em terra”, precisou a Climáximo, uma das organizações participantes no encontro, em comunicado enviado à imprensa.

“Sob a cobertura de um discurso verde e progressista, esconde-se um Governo que mantém no essencial intocadas as pretensões da indústria petrolífera de desenvolver uma atividade extrativa de petróleo e gás em todo o litoral do país, desde o Porto até Vila Real de Santo António, com as concessões em terra na Batalha e em Pombal”, lê-se no documento.

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Segundo as organizações participantes no encontro, “a autorização para a realização de um furo ‘offshore’ a 40 quilómetros da costa de Aljezur representa o total desprezo pelos processos públicos participativos, já que 42 mil pessoas se pronunciaram contra o furo, com apenas quatro a favor”.

“No dia 29 de abril, juntando-nos à International People’s Climate March, sairemos à rua em vários locais do país para exigir uma resposta séria às alterações climáticas e a recusa da exploração de hidrocarbonetos em Portugal”, sublinha-se no documento.

O 2.º Encontro Nacional pela Justiça Climática decorreu hoje na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e contou com a presença de mais de uma centena de participantes e ativistas de todo o país, reunidos para discutir temas como “o combate aos combustíveis fósseis, a criação de 100 mil empregos climáticos, os tratados de comércio livre com os Estados Unidos e o Canadá, a justiça climática” e outras questões relacionadas.

Entre os subscritores iniciais do manifesto da Marcha Mundial do Clima, contam-se 18 movimentos, sindicatos e partidos portugueses: Academia Cidadã; Alentejo Litoral pelo Ambiente; ASMAA — Associação de Surf e Atividades Marítimas do Algarve; Bloco de Esquerda; Campo Aberto; Climáximo; Coletivo Clima; Coopérnico; Futuro Limpo; GEOTA — Grupo de Ordenamento do Território e Ambiente; Hidrosfera Portugal; MIA — Movimento Ibérico Antinuclear; PAN — Pessoas, Animais, Natureza; Peniche Livre de Petróleo; Porto Sem OGM; Quercus — Associação Nacional de Conservação da Natureza; Sindicato dos Professores do Norte; e Zero — Associação Sistema Terrestre Sustentável.