Se há coisa que não se pode apontar à UEFA é falta de organização. Em tudo, da logística à distribuição de informação. Já alguma vez viu um press kit de um jogo da Champions? É uma loucura: os confrontos entre equipas, eliminatórias contra formações desses países, estatísticas, currículos, curiosidades… Em relação ao Barcelona-PSG, são 25 páginas. Mas a informação mais relevante é outra: de acordo com um estudo do órgão que tutela o futebol europeu, as hipóteses de passagem dos catalães após a derrota por 4-0 são… 0%. Será mesmo assim?

Provavelmente sim. Mas já houve milagres. Três, de forma mais concreta. E um deles foi em Matosinhos, no longínquo ano de 1961, quando o Leixões eliminou os suíços do Chaux-de-Fonds após uma derrota por 6-2 na deslocação a território helvético (ganhou por 5-0). Essa foi a estreia do conjunto nas provas europeias e, por coincidência, a melhor das quatro participações: atingiu os quartos-de-final, sendo afastado pelos alemães do Motor Jena.

Di María fez a diferença na primeira mão (e em dia de aniversário), marcando dois dos quatro golos

Mas vamos cavalgar um pouco mais na história para encontrar outra curiosidade interessante: sabe quem deu o mote para a reviravolta dessa eliminatória? Osvaldo Silva, o primeiro técnico que Cristiano Ronaldo teve quando veio para o continente (Sporting). O médio ofensivo brasileiro já falecido chegou a Portugal em 1957 do América Mineiro, ganhando um Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal pelo FC Porto antes de transferir-se para o Leixões, onde esteve três temporadas e conquistou uma Taça de Portugal. Passou depois por Sporting, onde venceu todas as provas nacionais mais uma Taça das Taças, Olhanense e Ac. Viseu, enveredando por uma carreira como treinador onde se destacou no futebol de formação.

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As outras duas recuperações depois de desvantagens de quatro golos aconteceram na década de 80: em 1984, o Partizan Belgrado conseguiu passar na segunda eliminatória da Taça UEFA o Queens Park Rangers vencendo por 4-0 na segunda mão após uma derrota por 6-2 em Inglaterra; no ano seguinte, o Real Madrid também ganhou por 4-0 ao Borussia Mönchengladbach depois de ter sido goleado na Alemanha por 5-1. Verdade seja dita, viragens após um 4-0 no primeiro encontro nunca houve. Pelo menos até hoje.

André Gomes, de vilão a joker?

A imprensa catalã tem “puxado” pelo Barça, esperando uma noite histórica no Camp Nou. Ao longo de uma semana onde os blaugrana recuperaram à condição da liderança do campeonato (o Real Madrid tem menos um jogo), e na ressaca do anúncio da saída de Luis Enrique do comando técnico no final da temporada, foi noticiado que o treinador andou “obcecado” com a partida frente ao PSG, tendo testado um sistema de três defesas para encaixar no ataque dos gauleses e poder colocar mais unidades na ajuda a Neymar, Messi e Suárez.

André Gomes foi um dos principais alvos da imprensa (sobretudo catalã) após a derrota do Barça em Paris

Já esta quarta-feira, a lista de convocados anunciada pelo Barcelona integrou o nome de André Gomes, que estava em dúvida por problemas físicos. Depois de todas as críticas na análise ao descalabro de Paris, será o português o joker de Luis Enrique para uma mão impossível?