“Perigosamente defeituoso” quando activado. Segundo avança a Bloomberg, é assim que o sistema de condução semiautónoma da Tesla, o Autopilot, é considerado pelos cerca de 47 mil proprietários de Model S e Model X que intentaram um processo judicial contra a marca de Palo Alto, apresentado na passada semana num tribunal californiano.

Os autores desta acção consideram-se “experimentadores beta” de um software mal desenvolvido, que torna perigosos os veículos em questão. Os consumidores alegam ainda que os seus automóveis (vendidos entre 2016 e 2017, e com preços de aquisição entre 74.500€ e 104.000€), quando o Autopilot está activado, mudam de faixa de rodagem de forma brusca, ao mesmo tempo que “guinam, travam bruscamente sem motivo e não abrandam nem param quando se aproximam de outros veículos”. Algo que, na sua perspectiva, contraria o marketing da Tesla, que terá prometido que o sistema estaria totalmente funcional em Dezembro último.

Pelo seu lado, a Tesla faz questão de afirmar que nunca reclamou para os seus veículos a capacidade de possuírem condução totalmente autónoma. Em comunicado, a marca californiana considera este processo “uma tentativa maliciosa de assegurar honorários de causídicos disfarçada de uma acção legal legítima, o que é evidenciado pelo facto de o processo deturpar inúmeros factos”. E vai mais longe, alegando que “a visão incorrecta e sensacionalista da nossa tecnologia, promovida por este grupo, é, justamente, o tipo de desinformação que ameaça a segurança do consumidor”.

Certo é que o Autopilot tem estado debaixo de fogo desde que, no ano passado, um condutor perdeu a vida após o seu Model S de 2015 ter embatido num camião que se atravessou à sua frente – quando virava à esquerda numa via rápida, no estado da Florida. Um acidente que, depois de investigado pelas autoridades, não deu origem a qualquer acção legal, o mesmo já não tendo sucedido com o processo instaurado por vários proprietários de veículos da marca, e ainda pendente num tribunal federal de Los Angeles, em que estes alegam que os seus automóveis terão sofrido de um problema de aceleração súbita, que os levou a perder o controlo dos mesmos e, nalguns casos, a embater contra paredes de garagens ou de edifícios.

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