A autonomia proporcionada pelos automóveis eléctricos já existentes no mercado, assim como os tempos de recarregamento da bateria são duas das maiores preocupações dos utilizadores deste tipo de veículos. Mas há que ter ainda em conta a longevidade das baterias, que tendem a ser um dos mais dispendiosos (se não o mais dispendioso) componentes do veículo.

Neste domínio, a Tesla é, quase unanimemente, considerada a referência do sector. Não só pela capacidade e potência oferecida pelas baterias instaladas nos seus modelos, em especial nos de topo, como pela sua rede de supercarregadores, capaz de repor a tão ansiada autonomia num curto espaço de tempo.

Ainda assim, a marca norte-americana viu-se, recentemente, forçada a prestar alguns esclarecimentos sobre a matéria, em face da reclamação apresentada por um seu cliente, de que a bateria do seu Model S já não apresentava um índice de carga superior a 90 kW, para um máximo de 120 kW, quando sujeita ao modo de carga rápida.

Desde que adquiriu o seu automóvel, o cliente em questão terá efectuado qualquer coisa como 245 carregamentos no modo CHAdeMO (o equivalente a 6685,603 kWh), e mais 50-60 carregamentos nos supercarregadores. Por outras palavras, raramente não carregou a bateria num dos modos de carga rápida de corrente contínua disponíveis desde o dia em que recebeu o seu Model S.

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Sujeito o veículo a uma vistoria num centro de assistência da Tesla, e após contactada a casa-mãe, foi informado o mencionado utilizador que, em face do significativo número de cargas rápidas a que foi sujeito, a velocidade de carregamento do seu Model S em corrente contínua passava a estar permanente restringida. Adiantando que as alterações físicas e químicas que se processam no interior das células das baterias de iões de lítio tendem a diminuir a respectiva capacidade de carregamento quando sujeitas a uma quantidade muito elevada de cargas rápidas.

A Tesla referiu, ainda, ao site Electrek, que a sua tecnologia de controlo de carregamento rápido destina-se a preservar a capacidade das células das baterias (logo, a autonomia), por isso condicionando a velocidade de carregamento quando essas mesmas células estão demasiado frias, quando a carga está perto do seu valor máximo, ou quando as condições das células se alteram gradualmente com o uso e o passar do tempo.

Ao mesmo tempo, a marca californiana faz saber que só cerca de 1% dos seus clientes estarão sujeitos a tal medida, que poderá aumentar em aproximadamente cinco minutos os tempos de carregamento. O que, por seu turno, parece confirmar o comportamento atípico deste utilizador em concreto, já que a maioria dos clientes da marca efectuarão parte significativa dos seus carregamentos em casa, durante a noite, num modo menos prejudicial para a longevidade das baterias.

Perante alguma preocupação suscitada junto da sua comunidade de clientes, a Tesla fez ainda questão de esclarecer que esta limitação não pretende desencorajar o uso frequente dos seus supercarregadores, mas apenas preservar a autonomia dos seus modelos.