Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros que representou o primeiro-ministro António Costa na reunião realizada esta tarde no Sistema de Segurança Interna, falou no final do encontro aos jornalistas e garantiu que o furto de Tancos não alterou o nível de ameaça identificado.

“Tivemos a oportunidade de reunir com todas as forças do Serviço de Segurança para avaliar em conjunto o que se passou em Tancos. Em nome do Governo, agradecemos o empenho de todas as forças desde que se soube da ocorrência e a confiança em todas essas forças, que estão a dar o seu melhor para minimizar os efeitos dessa ocorrência. Conhecemos em pormenor o que tem sido feito: a partilha entre todos da informação, da comunicação dos dados que permitam avanços na investigação em curso, da avaliação do risco e das ações necessárias de reforço de vigilância de pontos mais sensíveis e das fronteiras. É uma ação importante que está em curso”, disse.

O efeito do furto não requer uma mudança do nível de ameaça identificado, que continua a ser um nível moderado. Isso é feito de força dinâmica a permanente mas não há nenhum elemento que obrigue a alterar isso. Mas não significa que não estejam em curso medidas de reforço de segurança e de partilha”, prosseguiu.

“A resposta ao que se passou em Tancos é dada pela investigação em curso, remeto para o comunicado de ontem da Procuradoria Geral da República. A investigação, quem foram os autores e como devem ser levados à justiça, não é nada que o Governo tenha algo a dizer porque é feita pela Polícia Judiciária, com a ajuda do Ministério Público e da Polícia Judiciária Militar. Não compete ao Governo conduzir nenhuma investigação judicial“, salientou, antes de abordar também a ausência de Azeredo Lopes: “O senhor Presidente da República, quando visita instalações militares, é sempre acompanhado por elementos do Governo, como aconteceu ontem em Tancos e hoje em Coimbra. O Sistema de Segurança Interna compreende todas as forças de segurança. Ninguém está imune a este tipo de furtos, mas todos sabem diferenciar o que é incidental ou não. Portugal continua a ser um dos países mais seguros e pacíficos do Mundo. Reforço de quartéis? Em questões de segurança, deveremos ser económicos na formação”.

Recorde-se que Azeredo Lopes, ministro da Defesa, e Pina Monteiro, chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, falharam a reunião marcada pelo gabinete do primeiro-ministro, convocada para “fazer um ponto de situação de segurança interna na sequência do furto material militar em Tancos”, por estarem presentes na cerimónia militar de receção do 1.º Batalhão de Infantaria Mecanizado de Rodas (Força Nacional Destacada/Kosovo Force), que marca o encerramento do teatro de operações do Kosovo, no Colégio da Santíssima Trindade, em Coimbra.

Marcos Perestrello, secretário de Estado, representa Azeredo Lopes no encontro que contou também com as participações de Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, e Francisca Van Dunem, ministra da Justiça.

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