Os pais de Charlie Gard, o bebé que está em estado crítico num hospital britânico, desistiram do processo judicial para que o filho seja submetido a um tratamento experimental porque é “demasiado tarde”. Segundo o jornal inglês The Guardian, Chris Gard e Connie Yates anunciaram a sua decisão esta segunda-feira, esclarecendo que o tratamento experimental a que queriam submeter o filho, nos Estados Unidos, já não iria funcionar.

Os atrasos levaram a que já não fosse “do melhor interesse” para Charlie mantê-lo vivo através de um ventilador, acrescentou o advogado dos pais.

“É demasiado tarde para Charlie. O tempo terminou, ocorreram dados irreversíveis a nível muscular e o tratamento já não será bem sucedido”, afirmou Grant Armstrong.

A decisão surge numa altura em que o juiz iria reavaliar os argumentos da última sessão do caso, que já dura há cinco meses.

“Esperam-se dias negros para este pais. Eles querem aproveitar o tempo que lhes resta com Charlie, por mais curto que seja.”

Charlie Gard nasceu prematuramente no dia 4 de agosto de 2016. Tem uma doença genética rara e incurável, é cego, surdo e só consegue sobreviver graças a um ventilador. Os médicos do hospital Great Ormond Street queriam desligar as máquinas, por considerarem que seria a melhor solução para o bebé, mas os pais opuseram-se.

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O caso deu que falar em todo o mundo. No início do mês, o Papa Francisco mostrou apoio a Chris Gard e Connie Yates e o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, em Itália, disse mesmo que estava disponível para o receber — a transferência acabou por não acontecer por motivos legais.

Bebé Charlie não pode ser transferido para hospital italiano