O futebol tem cada vez mais uma língua universal porque o importante mesmo é encontrar formas de comunicação que superem as barreiras dos idiomas. E é isso que Jorge Jesus terá de fazer este ano na defesa do Sporting, logo o setor onde perde mais tempo durante os treinos para afinar posicionamentos: o lateral direito macedónio Stefan Ristovski é o 11.º reforço dos leões na presente temporada e foi confirmado oficialmente pelo clube.

O técnico verde e branco tem na equipa técnica adjuntos com funções muito específicas, da parte física ao estudo do adversário, passando pelas movimentações ofensivas e pelo próprio scouting. Ninguém se esquece da forma como o treinador, após a vitória dos leões no Estoril em 2016/17, contou que tinha sido ele a ensinar ao holandês como se deviam marcar penáltis. Mas é no processo defensivo que encontra a principal missão, acreditando que uma equipa que luta para ser campeã tem de ser construída de trás para a frente.

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Por isso, não espanta que o plantel do Sporting tenha sofrido uma verdadeira revolução na presente temporada a nível defensivo: entraram dois lateral direitos (Piccini e Ristovski), dois centrais (Mathieu e André Pinto) e um lateral esquerdo (Fábio Coentrão), além dos regressos de Tobias Figueiredo, André Geraldes e Jonathan Silva. Contas feitas, apenas Sebatián Coates se mantém. E ainda se fala na possibilidade de poder chegar mais um defesa central, o que obrigaria ao provável (novo) empréstimo de Tobias.

Na terceira época no comando do Sporting, Jesus já fez 12 contratações para a defesa (fora as apostas internas, como Rúben Semedo ou Tobias Figueiredo): Schelotto, Coates, João Pereira, Naldo, Ciani e Marvin Zeegelaar em 2015/16; Douglas em 2016/17; Piccini, Mathieu, André Pinto, Fábio Coentrão e Ristovski, em 2017/18.

No primeiro ensaio a sério, na deslocação à Vila das Aves, a defesa com um italiano, um uruguaio, um francês e um português cumpriu. Mas, além de Piccini, Coates, Mathieu e Fábio Coentrão, ainda há Ristovski e Jonathan Silva, um macedónio e um argentino. Para Jesus, o futebol já não se compadece com nacionalidades e idades. E o que interessa é conseguir criar um modelo sistematizado que permita o ataque fazer o seu papel e brilhar, como aconteceu na estreia na Primeira Liga com Gelson Martins e Acuña (Bas Dost teve pouco jogo). Também por isso, pode não ser coincidência o facto de Jesus estar a apostar em tantos jogadores com passagem pelo Calcio, o principal laboratório tático do futebol europeu.

Formado no FK Vardar, Ristovski despertou muito cedo o interesse do Parma mas apenas reforçou o conjunto italiano quando cumpriu 18 anos. No entanto, nunca conseguiu afirmar-se na equipa, andando emprestado a Crotone, Frosinone, Bari e Latina, antes de assinar a custo zero pelos croatas do Rijeka em 2015, aproveitando também a falência financeira do Parma (tinha contrato até 2019 com a formação transalpina).

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Foi no Rijeka que se afirmou. Mais maduro, taticamente mais evoluído, assumiu de vez a titularidade na seleção da Macedónia (marcou em junho o primeiro golo pela equipa A, diante da Espanha, na qualificação para o Mundial) e fez duas épocas com 40 jogos de média, tendo alcançado a dobradinha pelos croatas na última época.

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A contratação foi dada como certa na Croácia por um valor a rondar os 2,25 milhões de euros, o que subiria para quase 29 milhões o valor investido pela formação verde e branca em contratações (a que deve acrescer eventuais contrapartidas que tenham ficado celebradas nos empréstimos de Mathieu, Fábio Coentrão e Doumbia), mas acabou por consumar-se por cedência temporária de uma época do Rijeka, ficando com uma cláusula de opção obrigatória mediante alguns objetivos por um valor de… 2,25 milhões de euros.

Quem é Acuña, ‘El Huevo’ que quis desistir do futebol, viu três vermelhos em quatro meses e estava sempre a ser assaltado