O Supremo Tribunal do Brasil anunciou na segunda-feira ter autorizado a abertura de um inquérito contra o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros José Serra por suspeita de omissão de dados na prestação de contas da campanha.

A juíza Rosa Weber aceitou o pedido feito em junho pelo Procurador-geral, Rodrigo Janot, com base na suposta omissão de dados na prestação de contas por parte de José Serra, atualmente senador, durante a campanha eleitoral em 2010, o chamado ‘caixa 2’, um delito cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão, de acordo com a imprensa brasileira. A denúncia baseia-se nas declarações dos donos do gigante JBS, que atingiram dezenas de políticos, entre os quais o próprio Presidente, Michel Temer, no poder há um ano.

O empresário Joesley Batista disse aos investigadores que a empresa fez donativos não declarados a José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), nas eleições de 2010, perdidas para o Partido dos Trabalhadores (PT) da antiga Presidente Dilma Rousseff. Batista garantiu que a campanha de Serra recebeu 20 milhões de reais (6,2 milhões de euros), dos quais apenas 13 milhões (4,1 milhões de euros) foram declarados na apresentação das contas eleitorais ao tribunal.

Serra foi um dos membros do PSDB que mais apoiou o julgamento político que levou à destituição de Dilma Rousseff, no ano passado, e que defendeu a subida ao poder de Temer. O senador, de 71 anos, deixou, no início deste ano, o Ministério dos Negócios Estrangeiros depois de alegar “problemas de saúde” que o impediriam de realizar viagens ao estrangeiro.

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