A Comissão Europeia, no relatório de vigilância a Portugal deste mês de outubro, chamou a atenção para o aumento consistente do número de professores desde 2015, avisando o Governo português de que este crescimento tem de contribuir “para melhorar os resultados da Educação”, refere o Diário de Notícias.

“Devido às suas funções, o Ministério da Educação tem o maior número de pessoal da administração central”, número esse que “tem vindo a crescer firmemente desde 2015”, pode ler-se no relatório de pós-intervenção da troika. Por essa razão, a Comissão Europeia considera que “deveria ser assegurado que a contratação de novos professores serve melhor os resultados alcançados pelas escolas e não conduz a um subaproveitamento do pessoal docente”. Uma afirmação que a Fenprof não entende.

De acordo com a federação sindical, o reforço de docentes não tem sido suficiente para dar resposta às necessidades existentes. Além disso, o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, não concorda com o diagnóstico da Comissão, considerando que “de 2015 para 2017 não poderia haver um aumento consistente do número de professores”. Ao Diário de Notícias, defendeu que, mesmo alargando o horizonte temporal até às medidas tomadas por Nuno Crato, que ocupou o cargo de ministro da Educação de 2011 a 2015, dificilmente se poderia considerar ter havido um aumento no número de docentes.

“De 2011 até agora terão entrado nos quadros cerca de oito mil professores mas, no mesmo período, aposentaram-se cerca de 25 mil”, referiu Mário Nogueira ao jornal. Isto significa que as novas entradas “não cobriram sequer um terço das saídas”.

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