“Não nos limitamos a separar-nos de alguém que não merece o respeito dos colegas, mas também enviamos a mensagem de que terminou, na nossa indústria, a era de ignorância intencional e a cumplicidade vergonhosa nos comportamentos sexuais predatórios e assédio nos locais de trabalho”, diz a nota da Academia, divulgada este sábado. Os profissionais do cinema norte-americano tomaram uma posição de força contra o produtor Harvey Weinstein.

Harvey Weinstein. Academia dos Oscares marca reuniões de emergência

Uma “maioria bem superior aos dois terços necessário” — mas não a unanimidade — de membros do colégio de 54 figuras do cinema norte-americano aprovou a decisão sem precedentes de expulsar o produtor Weinstein. A decisão surge na sequência do escândalo sexual que envolve o produtor, depois de 23 mulheres, entre atrizes e modelos, terem vindo a público denunciar os abusos e assédios de que foram alvo durante anos.

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Não foi o primeiro revés para Weinstein. A sua própria empresa de produção cinematográfica já tinha aprovado a expulsão do produtor dos seus quadros. Apesar disso, o produtor manteve sempre a mesma posição, negando qualquer responsabilidade nos casos relatados por figuras de destaque do cinema de Hollywood.

Ainda que inédita, a possibilidade de a Academia tomar uma decisão neste sentido já vinha sendo considerada nos EUA. Depois de ser conhecido o escândalo, a Academia disse que as acusações são “repugnantes” e revelou de imediato que ia marcar várias reuniões de emergência para definir o futuro papel de Weinstein em Hollywood, “discutir as alegações contra ele e quaisquer ações que possam ser tomadas pela própria instituição”.

As 23 mulheres (pelo menos) que foram assediadas por Harvey Weinstein

O produtor e co-fundador da Miramax e da Weinstein Company venceu 81 Óscares, espalhados por filmes como “Shakespeare in Love”, “O Paciente Inglês” e “Pulp Fiction”.