Fabrizio Miccoli faz parte daquele pequeno lote de jogadores que, chegando a um clube por empréstimo, não demora a cair no goto dos adeptos e, uns quantos anos depois, ainda é recordado (sobretudo quando as coisas não correm tão bem a nível de resultados). Neste caso, ainda hoje é recordado com nostalgia no Benfica, onde jogou entre 2005 e 2007 por empréstimo da Juventus. Antes, passara por Perugia e Fiorentina; depois, esteve seis anos no Palermo, foi para o Lecce e acabou no modesto Birkirkara, de Malta. Agora é de novo notícia pelas piores razões.

A história resume-se assim: quando estava no Palermo, Miccoli soube que Giorgio Gasparini, antigo fisioterapeuta da equipa, tinha ficado sem 20 mil euros que tinha emprestado a Andrea Fraggagnini, dono de uma discoteca na cidade. E não quis deixar o caso assim, embora tenha entrado por caminhos que lhe valeram agora a condenação a três meses e meio de prisão por extorsão agravada, pena da qual vai agora recorrer.

De acordo com o procurador de Palermo, Maurizio Bonaccorso, ficou confirmado que o antigo jogador, hoje com 38 anos, entrou em contrato com Mauro Lauricella para resolver a questão. Quem é Mauro? O filho de um dos chefes da máfia, Antonio Lauricella, do distrito de Kalsa. E os métodos utilizados terão sido demasiado violentos…

Depois da passagem pelo Benfica, Miccoli mudou-se para Palermo, onde passou seis anos até 2013 (Tullio M. Puglia/Getty Images)

Miccoli ainda alegou que não fazia ideia das ligações de Mauro Lauricella a atividades mafiosas, mas uma série de escutas feitas em torno de Antonio Lauricella, onde o ex-avançado foi apanhado (ainda por cima a chamar nomes a Giovanni Falcone, juiz anti-máfia assassinado pela Cosa Nostra), desfizeram essa teoria.

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