Aproveitando a presença em Braga para a final da Taça da Liga, Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, foi de manhã à Escola Academia Sporting em Lomar com os jogadores Luís Maximiano, Misic e Podence (que, como tal, deve continuar de fora das opções de Jorge Jesus), conviveu com as crianças que estavam no espaço e teve ainda tempo para testar os seus dotes de guarda-redes a defender grandes penalidades.

“Temos quatro objetivos em disputar e hoje é a primeira final. Temos que ir confiantes mas nunca com soberba porque, se nós sabemos o que é necessário fazer, do outro lado também está uma equipa que quer ganhar. Posso garantir que neste momento, dos atletas à direção do Sporting, há uma atitude e um compromisso total porque queremos chegar ao final da época e dar o máximo de alegrias aos sportinguistas”, comentou.

À tarde, o líder verde e branco voltou a ter uma intervenção pública mas desta feita através da sua página oficial no Facebook e para fazer uma reflexão sobre o futebol português, deixando um rol de 20 propostas para o “G12” (ou G15, que abrange todos os clubes da Primeira Liga à exceção dos “grandes”, mas sem Sp. Braga, Marítimo e Belenenses que, no seu entender, são “marionetas” do Benfica). “Isto [ver quem lidera o Campeonato ou chegou às últimas fases de Taça de Portugal e Taça da Liga] faz-me pensar se os clubes querem mudar alguma coisa a sério ou se andam antes em lutas de poder. Se o G12 quer mudar coisas a sério, debatam os seguintes 20 pontos”, enunciou.

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Alguns pontos, como a questão do caso dos vouchers/emails, o reconhecimento dos feitos de Fernando Peyroteo enquanto goleador mundial ou a atribuição de títulos de Campeão Nacional a quem ganhou Campeonatos de Portugal não são propriamente novidade, mas houve algumas novidades surpreendentes, nomeadamente a ideia de pedir às operadoras dos programas televisivos de desporto para retirar as pessoas ligadas aos clubes que não do G12 ou a exigência para que todos os jornais, em especial os desportivos, dedicarem as mesmas páginas a todos os clubes. O presidente do Sporting defende também a extinção das equipas B, passando a haver um escalão de Sub-23.

Aqui ficam então os 20 pontos lançados para a discussão por Bruno de Carvalho:

1. Que a realização e produção dos jogos não possa ser feita pelos próprios clubes;

2. Exigir ao governo que considere paga, faz anos, a dívida do Totonegócio e que devolva o que já foi pago em excesso;

3. Exigir ao governo que todas as receitas de apostas do futebol (nacional e internacional) venham para o clubes. E o das apostas das restantes modalidades que os clubes recebam também;

4. Que o IVA dos bilhetes de futebol desça dos 23% para os mesmos 7% dos restantes espetáculos, como por exemplo a tourada;

5. Que a Liga seja apenas para a promoção e potenciação do negócio do futebol;

6. Que a Federação tenha apenas a seu cargo as Seleções Nacionais e o futebol amador – tendo de garantir o pagamento do VAR e da tecnologia da linha de golo nas competições oficiais, pois são os clubes que lhes fornecem os jogadores para as Seleções;

7. Que se criem entidades verdadeiramente autónomas e profissionais para a arbitragem e para a disciplina e justiça desportivas, com o governo a assumir a sua nomeação e responsabilidade;

8. Incitar o Governo a atuar perante a atuação intolerável do IPDJ;

9. Acabar de vez com as claques ilegais;

10. Exigir que se faça justiça nos casos dos vouchers/emails, jogos para perder, tráfico de influências e corrupção;

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11. Exigir às operadoras que, dos programas televisivos sobre desporto, saiam pessoas que estejam ligadas a clubes que não do G12, ou então que acabem com eles (o Sporting assina já esta petição para retirar todas as pessoas ligadas ao nosso clube desses programas);

12. Exigir a todos os jornais, com especial destaque aos jornais desportivos, que dediquem o mesmo número de páginas a cada clube das Ligas Profissionais (o Sporting abdica já das que a ele lhe dizem respeito);

13. A diminuição do quadro de multas, pois são os clubes que têm de crescer e não as entidades que beneficiam das multas;

14. Que se acabe com as equipas B e se crie mais um escalão de formação de Sub-23;

15. Que as regras e regulamentos do futebol não violem a Lei geral e a Constituição da República portuguesa;

16. Que não se tentem “auto-mutilar”, proibindo dirigentes de se sentarem na bancada ao fim de alguns castigos, até porque isso viola a lei pois só os tribunais o podem fazer;

17. Não quererem mandar no futebol, mas quererem que sejam os outros a pagar quase tudo (tudo na vida exige bom senso e equilíbrio);

18. Criar uma bolsa financeira de apoio à formação no vídeo-árbitro/tecnologia da linha de golo, e permitir a existência dessa carreira no futuro, e para os clubes da 2a Liga;

19. Exigir que se dignifique o futebol português no mundo, com o reconhecimento de Fernando Peyroteo como maior goleador mundial nos campeonatos nacionais no rácio jogos/golos. Aqui não se trata de um jogador do Sporting CP mas de um atleta português, cujo reconhecimento do seu feito só vai engrandecer o nosso campeonato perante o mundo;

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20. Exigir a reposição da verdade desportiva, reconhecendo aos clubes que venceram o Campeonato de Portugal o título de Campeão Nacional.

“Tudo o resto é e será só para entreter e nada mudar. Os dados factuais desportivos acima apresentados demonstram isso mesmo”, concluiu o líder verde e branco, antes de desejar de novo a vitória do Sporting na final da Taça da Liga para dedicar a Daniel João Mateus Raimundo, “um grande sportinguista que, infelizmente, está numa fase terminal da sua vida e que hoje está a vir da Bélgica para Portugal para poder estar no seu país e ao pé do seu Sporting”.

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