Salah Abdeslam, o único sobrevivente do grupo suspeito de ter orquestrado e executado os atentados de Paris em novembro de 2015, começa a ser julgado esta segunda-feira, em Bruxelas. Em causa estão os crimes de posse ilegal de arma e homicídio na forma tentada de agentes da polícia, em contexto de terrorismo, alegadamente ocorridos durante a perseguição aos suspeitos na capital belga.

Abdeslam e o seu cúmplice Sofian Ayari enfrentam uma possível pena de 40 anos de prisão, se forem condenados. Os factos remontam a 2015, quando Abdeslam terá fugido de Paris para Bruxelas na sequência dos ataques e encontrado refúgio num apartamento no bairro de Molenbeek. Encontrado pela polícia, houve uma troca de tiros e Abdeslam fugiu pelos telhados, mas acabaria por ser encontrado três dias depois.

Desde a sua detenção que o principal suspeito dos ataques que mataram 130 pessoas tem recusado prestar declarações. As autoridades francesas seguem agora com atenção o julgamento belga, na esperança de compreender se Abdeslam revelará algo sobre a sua atuação nos ataques terroristas de novembro. Até agora, relembra o jornal Libération, o suspeito francês de origem marroquina pronunciou-se apenas em duas cartas: na primeira, enviada a um “admirador”, Abdeslam diz não ter vergonha de si próprio e define-se como um muçulmano que quer apenas “a reforma”; na segunda, escrita para um primo, volta a reforçar o seu fervor religioso, mencionando Deus 17 vezes. O julgamento em França, contudo, não deverá ocorrer antes de 2020, como relembra a BBC.

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O suspeito dos atentados está atualmente detido em Paris e será transportado diariamente de uma prisão francesa perto da fronteira com a Bélgica para o tribunal em Bruxelas. O julgamento conta com 350 jornalistas acreditados e 200 agentes da polícia.

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