O advogado do produtor Harvey Weinstein afirmou que se uma mulher decidir ter relações sexuais com um produtor de Hollywood para progredir na carreira, isso não pode ser considerado uma violação.

Se uma mulher decide que precisa de ter relações sexuais com um produtor de Hollywood para subir na carreira, e efetivamente tem relações sexuais e considera toda a situação ofensiva, isso não é violação”, disse Benjamin Brafman, numa entrevista ao jornal The Times.

Para o advogado, uma mulher nesta situação “tomou uma decisão consciente”. “Agora, por mais ofensiva que possa ter sido toda a saga para ambas as partes, isso não é um crime. É mau em muitos sentidos, quando se olha para isto. Mas esta tem sido a reputação da indústria desde antes de eu ser nascido.”

Na entrevista, Brafman, que já representou pessoas como músico Jay-Z e o ex-diretor do FMI Dominque Strauss-Kahn, considerou ainda que Weinstein “é uma das pessoas mais interessantes” que já defendeu. “Não estou preparado para o condenar só porque ele viveu, durante um período de tempo, de uma maneira que pode não ser apropriada ou pode ser vergonhosa.”

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Recorde-se que mais de cem mulheres, incluindo atrizes de Hollywood como Ashley Judd, Rose MacGown, Gwyneth Paltrow, Kate Beckinsale e Salma Hayek, acusaram o produtor de assédio e de abuso sexual. Alguns dos incidentes ocorreram há cerca de 40 anos.

Weinstein, que está a ser investigado pela polícia norte-americana e britânica, nega as acusações de violação e está a fazer um tratamento para a adição sexual, lê-se na AFP.

O advogado disse que não acredita que o produtor de filmes como “Pulp Fiction”, “A Paixão de Shakespeare” ou “Kill Bill” seja processado e até o tem aconselhado a não reagir às acusações. Brafman e Weinstein já se conheciam antes dos escândalo. O motivo que o levou a aceitar o caso? “Acho que ele precisa de mim.”