O dia que marca a transferência da embaixada dos Estados Unidos da América de Telavive para Jerusalém também vai ser lembrado como um dos mais mortíferos na história do conflito entre Israel e Palestina: 55 pessoas perderam a vida esta segunda-feira. Desde a guerra, no verão de 2014, que o conflito entre os dois países não fazia tantas mortes.
Cerca de 40 mil pessoas estiveram ao longo da vedação que marca a fronteira entre a Faixa de Gaza, enclave palestiniano que é controlado pelo movimento radical palestiniano Hamas desde 2007, e Israel. Depois desta segunda-feira, o número de vítimas mortais na Faixa de Gaza ultrapassa a centena, desde o início do movimento de contestação em massa.
As forças armadas israelitas (IDF) e o movimento radical palestiniano Hamas aproveitaram o Twitter para reagir publicamente. Por um lado, as forças armadas de Israel acusam o movimento Hamas de “coagir os habitantes de Gaza a pôr a vida em risco”. Por outro, o Hamas opta por encorajar o povo palestianiano.
IDF. “Sabe onde estão as crianças de Gaza hoje?”
Foram feitas dezenas de publicações no Twitter ao longo desta segunda-feira. Para as forças armadas israelitas, o movimento Hamas é responsável pelos confrontos e é ele quem está a “coagir os habitantes de Gaza a arriscar a sua vida“.
Hamas is coercing Gazans to risk their lives.
Read more here: https://t.co/m4rPW57EA9 pic.twitter.com/o5R9L9irDq— Israel Defense Forces (@IDF) May 14, 2018
Os tweets do IDF passam ainda a ideia de que todas as suas ações foram, apenas, respostas ao movimento palestiniano. “O terrorista Hamas está a tentar atacar os nossos civis“, lê-se numa publicação. “O Hamas é o problema”, lê-se noutra.
If Hamas breaches the border thousands of Israelis will be in danger pic.twitter.com/DgMPqAV7YJ
— Israel Defense Forces (@IDF) May 14, 2018
No Twitter do IDF, foi ainda publicado um vídeo com a descrição: “Sabe onde estão as crianças de Gaza hoje?”. O vídeo mostra imagens de crianças a carregar pneus (que seriam usados para queimar) e lançar objetos para o outro lado da vedação que marca a fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel — que esta segunda-feira foi palco de confrontos que provocaram dezenas de mortes.
Do you know where your children are? pic.twitter.com/pD9My7y06y
— Israel Defense Forces (@IDF) May 14, 2018
Hamas. Mudança da embaixada é um “crime contra a humanidade”
O próprio Twitter avisa que as publicações da página do movimento palestiniano Hamas pode ter conteúdo considerado sensível pelos utilizadores. São publicações que incentivam o povo palestiniano. “Multidões e protestos continuam e nós vamos apoiar todos os vossos movimentos“, pode ler-se numa delas. “O nosso povo não desiste”, lê-se noutra.
الحية: الحشود والمسيرات مستمرة، وسندعم كل خطواتها. pic.twitter.com/PP3MlS5bWY
— حركة حماس (@hamasinfo) May 14, 2018
O Hamas não deixa de expressar a sua posição relativamente à mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém: “É um ataque ao nosso povo e um crime contra a humanidade“.
الحية: إن خطوة نقل السفارة الأمريكية إلى القدس والاعتراف بها عاصمة للكيان الصهيوني اعتداء على حق شعبنا في أرضه وجريمة ضد الإنسانية وضد العالم.
— حركة حماس (@hamasinfo) May 14, 2018
Ainda assim, noutra publicação, o movimento palestiniano mostra-se certo que a “luta” do seu povo e a “luta no terreno determinarão o futuro de Jerusalém“.
نضال شعبنا وكفاحه على الأرض هو من سيحدد مستقبل القدس وشعبنا سيكتب بنفسه وثيقة تقرير مصيره.#مليونية_العودة_وكسر_الحصار pic.twitter.com/LbD2DeXC69
— حركة حماس (@hamasinfo) May 14, 2018