O dia que marca a transferência da embaixada dos Estados Unidos da América de Telavive para Jerusalém também vai ser lembrado como um dos mais mortíferos na história do conflito entre Israel e Palestina: 55 pessoas perderam a vida esta segunda-feira. Desde a guerra, no verão de 2014, que o conflito entre os dois países não fazia tantas mortes.

Cerca de 40 mil pessoas estiveram ao longo da vedação que marca a fronteira entre a Faixa de Gaza, enclave palestiniano que é controlado pelo movimento radical palestiniano Hamas desde 2007, e Israel. Depois desta segunda-feira, o número de vítimas mortais na Faixa de Gaza ultrapassa a centena, desde o início do movimento de contestação em massa.

As fotos dos confrontos violentos em Israel

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As forças armadas israelitas (IDF) e o movimento radical palestiniano Hamas aproveitaram o Twitter para reagir publicamente. Por um lado, as forças armadas de Israel acusam o movimento Hamas de “coagir os habitantes de Gaza a pôr a vida em risco”. Por outro, o Hamas opta por encorajar o povo palestianiano.

IDF. “Sabe onde estão as crianças de Gaza hoje?”

Foram feitas dezenas de publicações no Twitter ao longo desta segunda-feira. Para as forças armadas israelitas, o movimento Hamas é responsável pelos confrontos e é ele quem está a “coagir os habitantes de Gaza a arriscar a sua vida“.

Os tweets do IDF passam ainda a ideia de que todas as suas ações foram, apenas, respostas ao movimento palestiniano. “O terrorista Hamas está a tentar atacar os nossos civis“, lê-se numa publicação. “O Hamas é o problema”, lê-se noutra.

No Twitter do IDF, foi ainda publicado um vídeo com a descrição: “Sabe onde estão as crianças de Gaza hoje?”. O vídeo mostra imagens de crianças a carregar pneus (que seriam usados para queimar) e lançar objetos para o outro lado da vedação que marca a fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel —  que esta segunda-feira foi palco de confrontos que provocaram dezenas de mortes.

Hamas. Mudança da embaixada é um “crime contra a humanidade”

O próprio Twitter avisa que as publicações da página do movimento palestiniano Hamas pode ter conteúdo considerado sensível pelos utilizadores. São publicações que incentivam o povo palestiniano. “Multidões e protestos continuam e nós vamos apoiar todos os vossos movimentos“, pode ler-se numa delas. “O nosso povo não desiste”, lê-se noutra.

O Hamas não deixa de expressar a sua posição relativamente à mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém: “É um ataque ao nosso povo e um crime contra a humanidade“.

Ainda assim, noutra publicação, o movimento palestiniano mostra-se certo que a “luta” do seu povo e a “luta no terreno determinarão o futuro de Jerusalém“.