Giuseppe Conte renunciou ao cargo de primeiro-ministro italiano, depois de ver o Presidente, Sergio Mattarella, a rejeitar Paolo Savona, o eurocético que tinha proposto para ministro da Economia, avança o El Mundo. A renúncia de Conte acontece quase três meses após as eleições e pode obrigar à marcação de novas eleições, arrastando no tempo a escolha do novo Governo italiano.

Segundo o El Pais, o primeiro-ministro já sabia que o nome de Savona podia causar tensão. Paolo Savona é um economista de 82 anos que defende que a Itália, um dos países fundadores da União Europeia, abandone a zona euro — o que para o presidente Mattarella significa retirar ao país uma peça “fundamental”. Num livro publicado recentemente diz mesmo que o “euro é uma jaula alemã” e deixa a porta aberta para sair da moeda única. O atual ministro da Economia, Pier Carlo Padoan, chegou a revelar-se preocupado com as inclinações eurocéticas do novo executivo e pela “insustentabilidade económica” do programa do Governo. A situação era de “máxima tensão”, como escreve o El Pais.

O presidente Sergio Mattarella tinha indigitado quarta-feira Conte, um advogado de 53 anos, por indicação de Luigi Di Maio, líder do partido anti-sistema Movimento 5 Estrelas, e de  Matteo Salvini, do La Liga, de extrema-direita. Mas Conte não conseguiu formar governo e renunciou ao cargo este domingo, segundo informou a presidência.

Conte foi também notícia esta semana por algumas incongruências no seu curriculum vitae,  mas sempre se mostrou confiante para o cargo: “Sou professor e advogado, defendi as causas de várias pessoas, agora defenderei os interesses dos italianos em todas as sedes da União Europeia e internacionais, dialogando com as instituições”, disse em sua defesa.

Giuseppe Conte. Universidade de Nova Iorque não tem registos com este nome

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