Carlos Vela chegou ao Arsenal em 2005, com apenas 16 anos. Depois de ser a peça mais importante na seleção mexicana que venceu o Campeonato do Mundo sub-17, ao ser o melhor marcador da prova, com cinco golos, o jovem mexicano do Guadalajara começou a ser pretendido por vários “tubarões” europeus. O Arsenal venceu a corrida e Vela assinou um contrato de cinco anos. Mas a burocracia afastou-o da Premier League: não lhe foi garantido um visto de trabalho e o mexicano teve de deixar Inglaterra, acabando por ser emprestado pelo clube londrino ao Celta de Vigo.

Não fez qualquer jogo em Vigo. Dali saltou para o Salamanca e depois para o Osasuna. Em 2008, Carlos Vela conseguiu finalmente ter acesso ao visto para estrangeiros e Arsène Wenger chamou-o para integrar a equipa principal do Arsenal. Fez uma primeira época regular, com 29 jogos e seis golos, e tudo parecia dizer que era desta que Vela se afirmava em Londres, em Inglaterra, no futebol europeu e enquanto estrela do futebol mundial. Mas o mexicano não cumpriu. Caiu de rendimento, fez cada vez menos jogos, cada vez menos golos, era o substituto habitual mas era raro ter influência no jogo. Terminou emprestado — novamente emprestado — ao West Bromwich, em 2011.

Ficou nos baggies apenas durante uma época. Voltou a ser emprestado e viajou novamente para Espanha: para a Real Sociedad. Talvez pela língua, talvez porque as coisas correram bem, talvez porque lhe pareceu a altura certa, Carlos Vela decidiu transferir-se definitivamente para o clube espanhol no final da primeira temporada e deixar o Arsenal, emblema a que estava ligado há seis anos. E é na Real Sociedad que Vela finalmente se afirmou como tudo aquilo que disseram que seria, em 2005, quando foi campeão do mundo sub-17. Marcou 73 golos e fez mais de 30 jogos por época nos sete anos em Espanha. Este ano, na janela de transferências de inverno, decidiu sair. Assinou pelo Los Angeles FC, onde tem como colegas os portugueses João Moutinho e André Horta.

Nos Estados Unidos, só tem um passatempo: ver basquetebol. Até porque, como já disse várias vezes, até prefere ver basquetebol a futebol. Este sábado, Carlos Vela marcou o seu primeiro golo em Campeonatos do Mundo e desbloqueou um jogo que estava difícil para a seleção mexicana. O avançado converteu uma grande penalidade e adiantou o México no marcador (Chicharito acabou por fazer o segundo mais tarde), deixando os sul-americanos muito perto dos oitavos do Mundial da Rússia. Apesar de nunca ter sido feliz no Arsenal, Carlos Vela foi um nome (ou uma presença) habitual no Emirates Stadium durante muitos anos: e os adeptos não o esqueceram. Após o avançado mexicano ter marcado o penálti, muitos adeptos do Arsenal recorram às redes sociais para mostrar a desilusão que sentiram por Vela não ter rematado da mesma forma que sempre fez em Londres: picando a bola.

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Carlos Vela, o futebolista que nem gosta assim tanto de futebol, ficou na memória dos adeptos de um dos maiores clubes do mundo tendo marcado apenas 11 golos enquanto lá esteve.