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O taberneiro de Santarém fez-se Mariscador em Lisboa

Este artigo tem mais de 5 anos

Depois de conquistar a sua terra natal com a Taberna Ò Balcão, o chef Rodrigo Castelo mudou-se para Lisboa para nos propor uma carta de delícias feitas com as coisas que o mar (e o rio) nos dá.

4 fotos

O que interessa saber

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Nome: O Mariscador
Abriu em: Oficialmente, a 2 de julho de 2018, mas antes disso funcionava em registo de soft-opening
Onde fica: Campo Pequeno, loja 606, Lisboa
O que é: A primeira incursão mais a sério (os seis meses de Peixe Ò Balcão não contam) do chef Rodrigo Castelo em Lisboa. Uma marisqueira onde se comem os clássicos e outros pratos mais com toque “de autor”
Quem manda: O próprio chef
Quanto custa: Entre 30 a 35€ por pessoa.
Uma dica: Em breve deverá estar disponível um bar de ostras para que possa petiscar qualquer coisa entre o fim-da-tarde, início da noite. Aproveite.
Contacto: 968 444 126
Horário: Das 12h às 15h e das 19h às 23h, não fecha
Links importantes: Facebook

A História

Forcado amador, profissional na área da industria farmacêutica e, desde há uns bons anos para cá, cozinheiro. De forma resumida é este o currículo de Rodrigo Castelo, um dos mais entusiasmantes “novos” chefs do país. “Gosto de ser português, adoro ser do Ribatejo mas gosto mais ainda de ser escalabitano”, disse ao Observador no final de um almoço onde apresentou o seu projeto mais recente, O Mariscador, novo inquilino da praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa

A história de Rodrigo começou onde só podia começar: em Santarém. Depois de decidir que queria assumir a 100% a sua veia gastronómica –“O culto da mesa e da comida está muito enraizado, as férias que passava com os meus pais eram planeadas em torno dos bons restaurantes. Se depois lhes pudéssemos juntar uma boa praia, melhor” –, passou muito tempo a percorrer a lezíria à procura dos melhores e mais artesanais produtores de carne, enchidos e tudo mais que se possa imaginar. Decidido em manter-se fiel à suas raízes escalabitanas dando lhes, ao mesmo tempo, um toque mais contemporâneo, abriu o Taberna Ò Balcão, espaço mágico que fez com que Santarém se destacasse ainda mais no radar de qualquer gastrófilo que se preze.

Já com esse projeto mais que solidificado, e depois de uma aventura de seis meses no Mercado de Algés, com o Peixe Ò Balcão, Rodrigo mudou-se para Lisboa (mais ou menos, já que continua a viver em Santarém) e trouxe consigo um amor de longa data: “Uma das grandes paixões que tenho é comer marisco.” E foi assim que nasceu este O Mariscador, nome-trocadilho que remete tanto à pessoa que é fã deste tipo de comida como à que de facto o apanha e vende.

O chef Rodrigo Castelo (à esq.) e o seu número dois n’O Mariscador, Bruno Ribeiro. ©O Mariscador

O Espaço

Esqueça os longos balcões de inox e aquelas vitrines espelhadas onde costumam morar, em qualquer cervejaria ou marisqueira antiga, as taças de doce da casa ou leite-creme: o visual deste “O Mariscador” é bem mais atualizado. Somando, no total, cerca de 120 lugares, esta casa vive em dois espaços, o exterior — cerca de 60% do espaço útil do restaurante —  o interior. Lá fora, envolvido pelo jardim da praça de touros, moram umas caixas de metal e vidro que a maior parte dos clientes irá utilizar, isto porque o espaço interior, com dois andares, é mais bem mais pequeno — mas não menos cuidado.

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Na sala de jantar mais recatada, no segundo piso, há uma instalação na parede onde vários artefactos alusivos ao mundo do marisco (redes, caranguejos, camarões, …), pintados de branco, parecem querer saltar-nos para cima. É uma zona bastante “Instagram friendly”, diga-se, que é da autoria da artista plástica Maísa Champalimaud. No geral, toda a decoração, é pautada por motivos marítimos e “marisqueiros” como o as cordas grossas a servir de corrimão ou as redes de metal que pendem e foram concebidos pela decoradora Rita Raimundo Glória. Outro pormenor interessante, que intensifica ainda mais a ligação do restaurante com o mar (e rio) é o facto de todos os cozinheiros usarem aquela espécie de jardineiras que os pescadores usam quando têm água pela cintura. Esse “uniforme” assim como aquele que é usado pelo staff de sala — camisas aos quadrados, a fazer lembrar flanela, e panos iguais a servirem de cinto —  ficaram a cargo da estilista Gabriela Pinheiro.

Uma última nota: É preciso algum auto-controlo para não se cair na tentação de levar para casa o faqueiro d’O Mariscador: a linha de garfos, facas e colheres foi feita de propósito para o restaurante pela portuguesa ICEL e é feita à imagem dos talheres antigos, “como as avós tinham”, diz Rodrigo. De linhas simples e num aço com acabamento envelhecido, fazem com que a refeição saiba ainda melhor.

Pormenor da sala de jantar no piso superior. Ao fundo, a tal instalação com motivos marítimos. ©Diogo Lopes/Observador

A Comida

No que toca ao conceito gastronómico desta novidade, basta ler o nome da casa para dissipar todas as dúvidas. Inspirado nas tradicionais marisqueiras portuguesas, Rodrigo criou a sua própria versão onde duas regras basilares imperam: aqui serve-se sempre “marisco de qualidade e bem cozinhado”. “Eu não pensei sequer no que o consumidor ia gostar ou não. Pensei naquilo que realmente me fazia mover e que acreditava que ia dar certo”, explicou o chef entre garfadas de arroz de lavagante (um dos pratos coqueluche que alimenta duas pessoas e custa 60€).

A ligação às raízes, esse pormenor tão importante naquilo que é (e faz) Rodrigo Castelo não podia passar despercebido na ementa, daí existirem também alguns pratos que migraram da “Taberna”, como o surpreendente “coscorão do rio até ao mar” (6€ a unidade), onde atum (o mar) e lúcio-perca (do rio) cortados em cubos pequenos convivem numa mistura agridoce que vai buscar crocância ao cone de coscorão e às camarinhas desidratadas, microscópicos camarões desidratados. Um momento imperdível.

A generosa carta está dividida em onze secções — “na mesa”, “à mão”, “na pombinha” (tipo de pão característico do Ribatejo), “mariscos” (à dose ou ao quilo), “ostras”, “das nossas redes”, “carne”, “peixe”, “pequenos mariscadores”, “acompanhamentos” e “sobremesas” — e de entre elas destacam-se, por exemplo, as viciantes ameijoas à Bolhão Pato (17,50€); as “buchas de sapateira” (5,50€, 5 unidades); o delicioso “lombo de atum à portuguesa” com com ovo a cavalo e batata doce (19€) ou a “pombinha” com caranguejo de casca mole (12,50€). As doses são generosas e a qualidade dos produtos absolutamente indiscutível.

O lombo de atum à Portuguesa com ovo a cavalo (que leva, por cima, tiras de presunto). ©Diogo Lopes/Observador

No capítulo das sobremesas moram dois espécimenes — outros clássicos da Taberna Ò Balcão — muito especiais: a mixórdia “Nem tudo é limão” (vai ter de descobrir o que leva em pessoa, não lhe estragamos a surpresa. Custa 5,90€) e o gelado de algas com pudim (igualmente 5,90€). Se tiver uma ligação à zona da Nazaré e quiser ter um pouco dessa parte do país no coração de Lisboa opte pela “caixa das sete saias”, um misto de doces regionais, bolas de Berlim e pastéis de nata que são servidos num recipiente metálico, parecido com uma caixa do correio, “igual ao que antigamente era utilizado pelas senhoras que vendiam guloseimas” no areal.

“Cuidado, está quente” é uma rubrica do Observador onde se dão a conhecer novos restaurantes.

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