Donald Trump cancelou a viagem do secretário de Estado Mike Pompeo à Coreia do Norte, prevista para a próxima semana, por considerar que não foram feitos “progressos suficientes” no que diz respeito ao processo de desnuclearização da península coreana. No Twitter, o presidente dos Estados Unidos refere que a China (o grande aliado de Pyongyang) não está a ajudar no processo em causa.

O presidente dos EUA não descarta, porém, a ida de Pompeo ao país de Kim Jong-un num “futuro próximo”, quando as relações comerciais com a China estiverem resolvidas, tal como escreve na rede social Twitter. “Entretanto, gostaria de enviar calorosos cumprimentos ao líder Kim. Espero vê-lo em breve!”, continua.

Mike Pompeo, chefe da diplomacia de Washington, tem liderado as negociações dos norte-americanos com a Coreia do Norte. No início de agosto, como já antes o Observador escreveu, acusou a Coreia do Norte de “agir de uma maneira inconsistente” face ao objetivo da desnuclearização. “Estão a violar uma ou ambas as resoluções, vemos que há um caminho a fazer para atingir o resultado que procuramos”, disse.

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Na quarta-feira foi divulgado um relatório da Agência Internacional da Energia Atómica (IAEA) — ligada à Organização das Nações Unidas — que sugere que não há indicações de que as atividades nucleares tenham parado na Coreia do Norte, apesar da crença de Donald Trump.

O que está nas entrelinhas do acordo entre Trump e Kim

O regime de Kim Jong-un tem vindo a desenvolver um programa nuclear ao arrepio das resoluções das Nações Unidas, envolvendo vários testes nucleares, bem como um programa de mísseis balísticos intercontinentais capazes de transportar ogivas nucleares e atingir alvos em território norte-americano. Na histórica cimeira EUA-Coreia do Norte, a 12 de junho, em Singapura, os dois países comprometeram-se à desnuclealização da península coreana, mas sem fixar objetivos concretos nem prazos.