“Operação Yellowhammer” — este é o nome do plano de contingência do governo britânico caso o Brexit não siga em frente, ou pelo menos é isso que se lê nos documentos fotografados nas mãos de um membro do governo britânico, quando este abandonava uma reunião. A fotografia, na qual se pode ler parte dos planos da equipa de Theresa May, surgiu esta quinta-feira e já está a causar um reboliço no Reino Unido.

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O prazo oficial para o divórcio do Reino Unido com a União Europeia é março de 2019, dois anos depois de ter dado início ao processo do Brexit. O tempo não está do lado do governo britânico para alcançar um acordo com a União Europeia e o governo de Theresa May prepara-se para tentar “mitigar” o pior cenário: um não acordo.

O plano de contingência preparado pela Secretaria de Contingências Civis, apelidado de “Operação Yellowhammer”, descreve uma estratégia “particularmente importante para os serviços financeiros” e propõe a construção de uma “arquitetura de comunicações” para ajudar a “manter a confiança” das pessoas, caso a estratégia de contingência tenha de ser ativado. Apesar de a informação visível no documento ser bastante limitada, é possível compreender que a prioridade do governo no caso de não se atingir um acordo com a União Europeia é uma “reprioritização interna” de recursos, e não o recurso a uma injeção de capital.

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A Secretaria de Contingências Civis foi criada em julho de 2001, depois de muito criticismo para como a incapacidade do governo britânico em lidar com a crise de combustíveis e as graves inundações no ano de 2000, para além de um surto de febre aftosa no início de 2001.

O nome de código do plano de contingência, “Yellowhammer”, vem de um pássaro que está em vias de extinção. A escrevedeira-amarela, como é conhecido em Portugal, existe no extremo norte do nosso país, no planalto de Castro Laboreiro (distrito de Viana do Castelo) e no planalto da Mourela (distrito de Vila Real).

“Com a ‘Operação Yellowhammer’, descobrimos que o governo está a preparar-se para o Brexit da mesma forma que nós abordamos catástrofes como inundações, epidemias ou um ataque terrorista”, disse o deputado do partido trabalhista Ben Bradshaw. “Está na altura de as pessoas deste país retomarem o controlo deste processo. Não foi para isto que as pessoas votaram em 2016”, acrescentou.