O Presidente de Angola anunciou que as autoridades de Luanda estão a negociar um novo pacote para a aquisição de novos aviões da Boeing destinados à companhia aérea angolana TAAG, noticiou esta quarta-feira a agência de notícias Angop.

Num despacho dos enviados especiais da agência noticiosa angolana que acompanham a deslocação de João Lourenço aos Estados Unidos, onde discursou na reunião anual da Assembleia-Geral da ONU, é indicado que a intenção foi manifestada pelo próprio Presidente num encontro com empresários e potenciais investidores norte-americanos.

João Lourenço não adiantou quer o número de aparelhos quer o valor financeiro em causa, indicando tratar-se de aviões destinados a operações de médio e longo cursos.

A compra de novos aviões, que deverá ser concretizada até 2020, vai permitir à TAAG concorrer em igualdade de circunstâncias com outras companhias do setor. A decisão tem como pano de fundo a conclusão das obras de construção do novo aeroporto de Luanda, assim como a transformação da TAAG em sociedade anónima, decisão decretada por João Lourenço a 20 deste mês.

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A frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares e que foram recebidos entre 2014 e 2016.

A companhia conta também com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiros, estes utilizados nas ligações domésticas e regionais.

No encontro com os empresários, João Lourenço sublinhou o facto de não existir um estado democrático e de direito sem transparência e reforçou o apelo à intervenção do setor privado na economia angolana. “A Constituição nunca proibiu a intervenção do setor privado na economia. Estou a referir-me ao excesso de burocracia, à existência de monopólios em alguns setores da economia”, afirmou, lembrando, porém, que o Governo de Luanda “já iniciou um processo para pôr termo a esses obstáculos”.

No encontro, João Lourenço frisou que esse caminho “está a criar dissabores a algumas pessoas e empresas”. “Mas tem de ser”, ressalvou, sublinhando que, em causa, está o interesse público e milhões de dólares dos angolanos.

Na reunião, João Lourenço insistiu na possibilidade de os empresários que escolherem Angola para investir poderão obter o visto à chegada ao país. “A partir de agora, quem for investir em Angola, desde que declare a sua intenção de investimento junto da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), beneficiará dessa facilidade”, lembrou.