O candidato do partido Força do Povo (PFPSTP) às legislativas de São Tomé e Príncipe, Martinho Stock, disse esta sexta-feira à Lusa que quer eleger deputados, mas afirmou recear eventuais fraudes nas eleições.

“Temos dificuldades com material de campanha, o nosso partido foi legalizado tardiamente, mas decidimos, mesmo assim, participar nestas eleições. Um dos nossos principais objetivos é conseguir deputados, estamos cá para defender os interesses dos são-tomenses e os interesses nacionais”, disse Martinho Stock.

O médico, a trabalhar em Portugal, diz que a campanha está a decorrer “normalmente”.

Estamos muito satisfeitos com aquilo que temos vindo a observar no terreno, há uma grande adesão da população ao nosso projeto e isso deixa-nos muito felizes”, comentou.

O PFPSTP tem feito uma campanha “porta-a-porta, localidade a localidade, de norte a sul do país, numa conversa pedagógica com as pessoas, esclarecendo aqueles que são os objetivos” da candidatura, relatou, afirmando-se confiante de que a estratégia vai permitir “conseguir alguns deputados”.

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O Partido Força do Povo destaca no seu manifesto eleitoral a justiça, educação e saúde, e caso não ganhe as eleições, afirma que aceitaria integrar um governo, com a condição de que as suas propostas sejam aceites.

“Nós temos um manifesto eleitoral, temos uma visão estratégia sobre aquilo que é benéfico para o país, vamos apresentar as nossas propostas e os partidos que terão a responsabilidade da governação analisarão. Se eles estiverem de acordo com as nossas opiniões e as nossas ideias, estamos cá para isso”, explicou.

Martinho Stock considerou que nos últimos quatro anos de governação do partido Ação Democrática Independente (ADI, liderado por Patrice Trovoada) houve algum progresso, mas, considerou, observou-se “uma degradação da democracia e aquilo que é essencial não houve, que é a justiça”.

“A justiça é um dos pilares fundamentais para a salvaguarda da democracia e isto não tem acontecido neste país e pensamos que depois das eleições, essas questões terão que ser postas em cima da mesa. Nós estamos num Estado de direito, as leis têm que ser cumpridas e a Constituição do país deve ser salvaguardada”, acrescentou.

“Achamos que o Governo atual não corresponde às expectativas daquilo que o povo são-tomense exige”, defendeu. O presidente do PFPSTP disse recear que haja fraude no domingo, sublinhando que “juntamente com outros partidos” há “esforços para uma maior vigilância no decorrer das eleições para que essas coisas não aconteçam”.

“Nós sabemos que pelo menos houve indícios de fraude nas últimas eleições e nós estamos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e desde logo exigimos também que a comissão eleitoral assuma a sua responsabilidade”, sustentou.

O líder do Partido Força do Povo garante que, mesmo que não obtenha representação parlamentar nestas eleições, esta formação política “continuar a ser uma força importante na democracia em São Tomé e Príncipe”.

“Mesmo não ganhando as eleições, mesmo não elegendo deputados, o nosso trabalho vai ser progressivo, preparando já para as eleições dos próximos quatros anos. Estamos convictos que o Partido Força do Povo será uma das maiores forças políticas em São Tomé”, acrescentou.

Martinho Stock adiantou que o seu partido tem uma fundação que “vai apoiar as populações de todas as localidades do país nas dificuldades que elas tiverem”, instalando no país uma clínica para apoiar cidadãos na sua área de formação, radiologia.

Mais de 97 mil são-tomenses são chamados às urnas no próximo domingo, para as eleições legislativas e autárquicas do país e regional do Príncipe.